Nesta quarta-feira (17), Belém recebe a diva internacional Mariah Carey, que se apresenta sobre um palco único, em forma de vitória-régia, a famosa flor amazônica. O espetáculo integra o projeto Amazônia Live – Hoje e Sempre e poderá ser acompanhado ao vivo pelo Globoplay e pelo Multishow, além de uma edição especial na TV Globo após o programa Estrelas da Casa.
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O evento tem um objetivo que vai além da música: celebrar a Amazônia e chamar atenção mundial para a preservação da maior floresta tropical do planeta. Roberta Medina, vice-presidente da Rock World, organizadora do festival, explica:
“Não é sobre música. É a música em prol da floresta. Trazer uma artista internacional para o coração da Amazônia é uma forma de destacar o que verdadeiramente importa, que é proteger este território vital para o planeta.”
O palco em forma de vitória-régia foi cuidadosamente planejado pelo arquiteto e coordenador de cenografia Diego Campos, que transformou a planta em uma estrutura flutuante monumental sobre o Rio Guamá, capaz de receber os músicos com segurança e de encantar o público com seu design impressionante. Além de Mariah Carey, o palco também será ocupado por artistas paraenses consagradas, como Joelma, Gaby Amarantos, Dona Onete e Zaynara, reforçando a valorização da cultura local e a conexão entre artistas internacionais e regionais.
O show cria uma experiência visual e sensorial única: a cenografia combina tecnologia, luzes, reflexos no rio e a grandiosidade da vitória-régia para oferecer ao público uma atmosfera mágica, enquanto a música se torna instrumento de conscientização ambiental. Roberta Medina acrescenta:
“Trazer a vitória-régia como palco é uma forma de conectar a música à floresta, de mostrar que a natureza também pode ser protagonista.”
Agenda do show
- A partir das 17h, as cantoras paraenses abrem a noite com suas apresentações.
- A partir das 18h15, Mariah Carey sobe ao palco.
A vitória-régia: beleza, natureza e lenda
Mais do que um palco, a vitória-régia é um símbolo da Amazônia. Com suas folhas que lembram grandes discos verdes flutuando sobre a água, a planta pode atingir até 3 metros de diâmetro e suportar cerca de 50 quilos, destacando-se pela imponência e singularidade.
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A flor também possui uma forte carga simbólica e espiritual, representando a ligação entre natureza e cultura. Segundo o historiador Christophe Andrade, especialista em História e Cultura Afro-Indígena Brasileira, a vitória-régia é central na tradição amazônica e transmite valores de pureza, sacrifício, espiritualidade e transformação.
A lenda mais conhecida fala de Náia, uma jovem indígena que se encantou por Jaci, a deusa da lua, e passava as noites admirando o céu. Um dia, ao ver o reflexo da lua em um rio, acreditou que poderia tocá-la e se lançou, morrendo afogada. Comovida, Jaci transformou a alma de Náia em uma flor aquática, a vitória-régia, que abre suas pétalas à noite para saudar a lua e as recolhe pela manhã.
“Essa história é passada de geração em geração e representa a ligação entre o mundo natural e o espiritual. Ela fala de pureza, sacrifício e da beleza que existe na natureza e nos sentimentos humanos”, afirma Christophe Andrade.
A vitória-régia não é apenas uma referência botânica, mas também cultural, presente em festas populares, manifestações artísticas, obras de arte e na memória coletiva da região.
“A vitória-régia é linda, imponente, exótica. Acho que foi escolhida para o palco do evento porque simboliza a beleza e a força da Amazônia, além de carregar essa história tão marcante da nossa cultura”, acrescenta o historiador.
O palco flutuante do Amazônia Live simboliza essa relação entre arte, natureza e cultura, tornando a música e a cenografia instrumentos de valorização e preservação da Amazônia, enquanto encantam o público com a grandiosidade da flor, o brilho da lua refletido na água e a participação de artistas que representam a diversidade cultural da região.
