50 anos depois, o Brasil segue exigindo memória, verdade e justiça por Vladimir Herzog e por todas as vítimas da ditadura militar

No último sábado (25) a Catedral da Sé, em São Paulo, tornou-se palco de um dos atos mais simbólicos do calendário da memória brasileira: a homenagem aos 50 anos do assassinato do jornalista Vladimir Herzog e a todas as vítimas da ditadura militar (1964–1985).

O ato ecumênico, que reuniu centenas de pessoas, começou com a apresentação do Coral Luther King, que emocionou o público ao interpretar a consagrada “Misa Criolla”, de Ariel Ramírez. As vozes preencheram a catedral com uma atmosfera de reverência e resistência.

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Um dos momentos mais impactantes ao som de ” O Bêbado e o Equilibrista” de Elis Regina onde com diversas fotos da vida de Vlado.

Logo em seguida uma homenagem impactante às mães da resistência, ao som de “Angélica”, de Chico Buarque, escrita em memória da estilista Zuzu Angel, que transformou o luto pela morte do filho Stuart em denúncia e arte. Seguida da canção, “Cálice”, de Chico Buarque e Gilberto Gil, em memória das vítimas da ditadura e principalmente as mulheres da resistência.

foto: Arquivo Instituto Vladimir Herzog

foto: Arquivo Instituto Vladimir Herzog

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O evento contou com a presença da Família Herzog, do vice-presidente da República Geraldo Alckmin, do ex-deputado e militante José Genoíno, e do ex-presidente da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, Adriano Diogo, além de artistas, jornalistas, parlamentares e figuras públicas que reafirmaram o compromisso com a verdade histórica e os direitos humanos.

O assassinato de Vladimir Herzog, em 25 de outubro de 1975, dentro das dependências do DOI-CODI, marcou profundamente a história do país. À época, o regime tentou encobrir o crime com a versão forjada de suicídio, desmentida por provas e testemunhos que revelaram a brutalidade da tortura.

A comoção gerada por sua morte mobilizou amplos setores da sociedade civil, da Igreja e da imprensa, tornando-se um divisor de águas na luta pela redemocratização.

Cinquenta anos depois, o nome de Herzog permanece como símbolo da coragem jornalística e do direito à verdade, lembrando que a democracia se fortalece apenas quando o passado é enfrentado com transparência e justiça.

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