Você escolhe viver ou passar pela vida dia após dia

Hoje AMANHECI INSPIRADA, e sentei aqui para escrever sem obrigação nenhuma, só pelo simples prazer de fazer algo que eu amo desde que me conheço por gente, ou que me reconheci como pessoa individual, nessa frágil porção humano, que de tão frágil é um universo de força… Paradoxo puro. Escrevi olhando pela minha janela que tem uma paisagem que me enche de esperança porque flui diante do meu olhar, com uma manhã de céu azul limpíssimo e um domingo inteiro pela frente. Mas, o assunto não é tão azul assim, ou talvez seja, depende de você, leitor.

Nos últimos tempos, tenho observado mais que falado, e olha que eu falo mais que o homem da cobra, como diria a minha sábia vózinha, e já era assim mesmo antes de eu virar jornalista e professora. Talvez seja por ter nascido mulher, numa família de maioria de mulheres, e todas de VOZES FORTES. Talvez essa observação mais aguçada seja sintoma da idade que vem chegando devagarinho, mas enfim, esse detalhe da idade é somente um número (mas não é só isso) e não vem ao caso, vamos então às vacas frias.

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De tanto observar, como eu vinha dizendo, tenho visto espécies estranhas entre os seres humanos, espécies ainda não identificadas.

Esses novos seres vivem em um lugar real e ovacionam os costumes alheios, observando por telas, um mundo virtual, vivendo a vida dos outros, mas que essa vida alheia também não é de verdade (um novo paradoxo).

Pessoas que vivem com pessoas, nasceram de pessoas, mas deixam de procriar outras pessoinhas para virarem pais e mães de bichos, pais e mães de bonecos ou bonecas, colecionar em excesso, de tamanho excesso que toma conta de tudo e vira obsessão… precisam preencher espaços.

Seres humanos, concebidos para amar, deixam o amor esquecido e se orgulham de dizer que nunca amararam, nunca amaram porque amar dói se algo não der certo, então se dói, fogem antes que doa, mas a dor e a frustração também são parte da vida, e se não houver essa passagem, como haverá crescimento?

Ainda entre esses novos seres existem aqueles que adoram às suas próprias imagens, os seus corpos vazios, como se fossem obras de Bernini, então não comem, porque isso traz 25 gramas de gordura a mais para o corpinho no decorrer de uma semana (contém ironia), trocam suco por coca zero, porque não tem calorias (mas se você quer zero calorias, por que não bebe água?), mas vivem e se alimentam de fotos de pratos nas redes sociais… Estranho. Alimentam-se de seguidores e curtidas.

Também deixaram de acreditar, em qualquer coisa. Fé? Vixe… para que? Deixaram de acreditar pelo simples fato de que não acreditar não gera ganhos, numa sociedade em que tudo precisa gerar um pagamento, uma religião ou crença que não gere um ganho não tem sentido, então não se tem fé em nada, não se acredita em nada, mas também não gera nada.

É só o vácuo e o engano da SOLITUDE, que é outra palavra bonitinha para dizer que as pessoas estão cada vez mais sozinhas.

Enfim, tenho visto pessoas vazias de um nível que se enchem de qualquer coisa que não seja a porção humana, que não se revestem de deixar a vida fluir para construir memórias, histórias e contá-las à posteridade. É uma tentativa de viver uma vida mais plena do que a de ontem, mas a de ontem já não foi vivida, ela só existiu.

Será que isso está certo, e a louca aqui está viajando na batatinha, em busca da plenitude humana?

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Acho que não… Penso sempre (e faço) no quanto é bom abraçar, beijar com carinho, ainda que não seja aquela sua paixão que se arrasta por meses, tomar banho no dia de calor, comer bem, uma comida gostosa e cheia de afeto, poder fazer nadinha com quem a gente ama de verdade, compartilhar uma gargalhada sem fim por qualquer besteira que caia na roda da conversa…

Como é bom viver, né?! Sem fórmula mágica, sem sobressaltos, só sendo humano e VIVENDO.

E assim vou passando pela vida… VIVENDO DE VERDADE.

A quem possa interessar, viver é a maior dádiva que se pode receber, não jogue fora, você pode não ter (e não terá) outra chance.

Bj da Linda, até a próxima.