Todo mundo vive correndo, em especial as mulheres. É um corre-corre sem limite, uma agonia que toma conta do coração, da mente, da alma, como se vivêssemos dentro de um turbilhão, uma correnteza sem fim, um “talvez um dia” que jamais chegará.
Esse é um sentimento cruel demais. Vivemos um dia após o outro, esperando o próximo final de semana, as próximas férias, um dia para relaxar que talvez nunca chegue, porque essa espera louca, com picos intermináveis de estresse e cortisol vicia, e esse vício é difícil demais de se livrar.
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A necessidade moderna de viver conectada, cobranças de todos os lados, tem que dar conta de tudo: ser mãe, mulher/esposa, profissional, gostosona etc. e tal, também contribuem para esse cenário, mas como fazer para se livrar de tudo isso??? Como fazer para tirar o peso e seguir???
Ah, eu não faço ideia.
Tenho tentado há muito tempo encontrar caminhos para o descanso, para ressignificar o complexo caminho de ser mãe, dona da casa, organizadora de tudo, motorista, compradora, trabalhadora, jornalista, professora etc. etc. e tal.
Opa, antes que você ache que é uma lamentação, não é não… Nem de lamentação, nem de desagravo com a vida, não, não… De jeito nenhum.
É um momento em que uma mulher de 50 anos para para pensar que talvez se tenha menos tempo de vida para a frente do que o que já ficou para trás, mas como viver essa vida que ainda virá?
Conversas entre mulheres, alternativas para uma nova vida, reconstruções pessoais, muitas ideias e sonhos que precisam ser colocados em pauta, nenhuma dessas mulheres têm saídas fáceis para essa encruzilhada, mas é preciso continuar.
Mas aí vem a pergunta que não quer calar… COMO FAZER ISSO?
Confira “Filhos do Silêncio” de Andrea dos Santos
Como reconstruir se o cortisol está lá em cima e a gordura abdominal só aumenta, me afastando da academia?
Como começar de novo com o ninho vazio, se ainda a cria precisa que eu cuide, mas já desponta com sua independência (e eu amo isso)?
Qual será o sentido da vida daqui 10 anos?
E por aí vai…
O fato é que nos tempos atuais, as mulheres independentes sofrem de um mal que talvez antes não existisse. Não dá para virar uma senhorinha aos 50 anos, mas também já não temos mais aquele frescor da juventude que está atrás.
Temos muitas experiências, muitas construções, mas ainda queremos mais, muito mais.
Você, mulher, que pensa que pensa que esse momento é o fim… ESQUEÇA! Estamos no meio da vida, na hora que se faz uma parada para tomar um gole de água, mas ainda temos muita estrada para percorrer.
E vamos que vamos, porque se parar podemos ser atropeladas (risos).
E assim, atrasada, fecho essa coluna e te convido para no próximo domingo nos encontrarmos novamente.
Beijo da Linda para vocês. Até…
Um comentário
Claudia, sua coluna é como um abraço apertado em todas nós que estamos no meio da estrada, com os cabelos mais sábios e os sonhos ainda pulsando.
E sabe o que me veio à mente enquanto lia? Que somos AGELESS.
Sim, somos mulheres que não se definem por um número, mas por uma energia que insiste em viver, reinventar, questionar e seguir. Somos mães, profissionais, criadoras de mundos, e mesmo quando o cansaço bate, há uma chama que não se apaga.
O tempo não nos limita, ele nos lapida. E mesmo com o cortisol em alta e a academia em baixa (risos), seguimos buscando sentido, prazer, leveza. Porque ser Ageless é isso: é saber que a vida não tem prazo de validade para recomeçar.
Estamos no meio da travessia, e ainda há muito caminho pela frente. Que bom que temos umas às outras para lembrar disso.
Seguimos juntas. Ageless, intensas e lindas.