Sobre a criança que habita em você

Eu, de farra, entrei na brincadeira de fazer a imagem, em IA, onde sua versão adulta abraça a sua versão criança. Claro que eu não entro em uma trend como essa somente para ganhar views ou por brincadeira, porque em tudo eu vejo propósito e não gasto o meu tempo se não tiver sentido real para mim.

Você pode estar se perguntando porque tudo que eu faço tem que ter um motivo e será que isso não é exaustivo? E eu te respondo que para mim não há forma de viver diferente, mesmo sendo exaustivo, gatilho para ansiedade, se não for profundo e de verdade, não me interessa.

Como seria uma vida, sob meu ponto de vista, onde ouvir uma música sem prestar atenção na letra fosse comum? Como seria comer sem prestar atenção aos sabores complexos que um simples prato te apresenta? Como viver ao lado de pessoas sem expressar os meus sentimentos? Como viver sem estar em plenitude e contemplação com a pura existência?

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Eu não sei, não!

Para mim, a vida sempre precisa ser comemorada, vivida, contemplada, pelo simples fato de estarmos vivos e tendo um rio de oportunidades de fazer de novo, melhor, diferente…

Voltando à Claudinha de 6 anos que saiu na fotinho que eu pedi para IA, eu me remeti a um pensamento profundo sobre a existência, mas mais do que somente estar aqui e agora. Um sentimento de pertencer a uma causa maior, onde perpetuar a espécie é divino, onde aproveitar a beleza de uma manhã de sol ou aquela nuvem que passa (como diria Gilliard) é se conectar com o sagrado, onde aproveitar o privilégio do sorriso banguela de uma criança é o ápice da contemplação da vida.

A vida é construída por mais dores do que amores, mas será que esse de fato não é o propósito? Veja bem, se todos os dias você somente tivesse coisas bem resolvidas, tudo caminhando certinho, sem desvios para um lado ou para o outro, se tudo fosse programado, será que você cresceria? Será que você teria vontade de tirar o seu melhor lá do fundo?

Provavelmente, não!

É no momento de dor que a gente cresce, é na dificuldade que o adulto amadurece. É na tentativa que se encontra o erro, mas sem o erro, como encontraríamos o acerto?

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E assim, te convido a pensar sobre a resiliência.

– Afffff, Claudia, nessas horas de um domingo e você me convidando para filosofar?

E eu não acabei de te dizer que eu dou propósito para tudo?! Se você acordou cedo no domingo, o seu corpo está dizendo para você ir para a rua viver. Se você sentiu vontade de comer um doce, seu corpo está dizendo que está sem energia. Se os seus olhos sorriram ao olhar pela janela e sentir na pele um raio de sol, é a sua alma te pedindo para levar uma vida mais leve.

Inspirada no raio de sol, que é tão gostoso quando bate suave na pele, eu volto a falar da resiliência. Esse é aquele estado onde você está no frio, mas tem força para seguir adiante até encontrar calor. É aquele momento que você quer parar, mas sabe que continuar é o melhor a se fazer, e você continua. É também a certeza que o raio de sol é importantíssimo para a pele, para os ossos e para a alma, mas que se deixar bater por muito tempo, causa queimaduras graves… E você, resiliente, sai de onde está e volta ao seu estado natural, talvez à sombra, mas jamais na escuridão, porque mesmo por trás da janela, você ainda vê o sol.

Esse é o poder da resiliência, segundo a física. Estar em um estado de limite, como um elástico bem esticado, mas quando pode, volta ao seu estado original, sem deformidades. Mas com as pessoas também é assim, eu sempre posso voltar à minha essência? Só se você decidir que sim… Lógico que passar por grandes dificuldades te amadurece, te forja diferente etc. e tal, mas se você for resiliente, nada do que você passar vai deformar quem você é de verdade, nada deforma a sua natureza.

Nada vai tirar de você aquela criança que está na foto. Ainda que essa criança tenha sofrido, ainda que a pessoa crescida que você se tornou carregue dores profundas, o seu EU estará sempre preservado, porque você foi criado para SER. E se por algum motivo você não estiver encontrando a sua criança interior, é hora de procurar ajuda na psicoterapia, na psicanálise.

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Mas tenha cuidado, viu?! Mesa de bar com amigos, papo com as bests, fazer uma trilha, treinar até o limite mexe em outros lugares. Feridas emocionais se curam com tratamento de verdade, com profissionais de alto nível, com critério científico… E eu desejo que você consiga fazer esse bem por você, como eu consegui. Vivo em paz com a minha Claudinha, fiz às pazes com as minhas dores. Elas estão lá, mas são só cicatrizes.

Tenham uma semana maravilhosa, cheia de raios de sol suaves, e que você possa se encontrar com o seu EU em diversos momentos da sua vida.

Beijo da Linda, até a próxima.


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Um comentário

  • Elisabete da Conceição Amendoeira
    Responder

    Oi amiga Linda.
    Nessa minha fase AGELESS, aprendi que nessa vida não erramos, mas sim aprendemos. Então é assim, ou acertamos ou aprendemos.
    Demorei compreender isso. Mas hoje assim como você disse também fiz as pazes com minhas dores, compreendi que elas foram necessárias para me tornar a pessoa que sou hoje. E hoje eu estou de vem comigo mesma, então essas adversidades que me fizeram chorar, que me trouxeram cicatrizes, foram fundamentais para que eu me tornasse uma pessoa melhor. Quanto as cicatrizes, elas são as marcas do meu aprendizado, hoje olho para elas, lembro do que aconteceu, mas não dói mais como no momento, pois consigo compreender que eu precisava passar por isso para meu aprendizado e evolução.
    Obrigada pela reflexão de hoje.

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