Liberdade por si só, só essa palavrinha, é tão incômoda, desperta tantos sentimentos nas pessoas, mas será que todas essas pessoas estão preparadas para essa conversa sobre SER LIVRE?
Começo esse nosso papo num formato de pergunta, mesmo eu não gostando disso, porque jornalista que se preze dá logo a informação, de forma clara, objetiva e direta. E toda a minha essência é assim. Eu vou direto ao ponto, detesto muitos floreios em torno do assunto, gosto de gente de verdade e gente de verdade deve ser livre. Sou perguntadeira, mas detesto enrolação, só gosto mesmo da informação completa, sem furos, para eu construir o meu cenário mental.
LEIA TAMBÉM: ECA Digital significa avanço histórico na defesa contra a adultização de crianças e adolescentes na internet
Ahhh, mas voltando ao início, como ser LIVRE incomoda, não é?
Desde que me entendo por gente, e eu estou pensando lá pelos meus 6 anos, eu sou uma pessoa que me considero livre. Aí você pode estar se perguntando como pode uma menina de 6 anos se achar livre? E eu te respondo que liberdade vem da alma, do espírito, talvez já nasçamos equipados com ela.
Mas saiba que ser livre me gera, sempre gerou, muitos problemas. Vamos ressaltar aqui uma coisa que nem precisaria, mas eu faço questão de ressaltar, porque sempre fico emparedada nessa desconfiança velada nos olhos julgadores daqueles que não têm coragem para tal feito. SER LIVRE NÃO TEM NADA A VER COM PROMISQUIDADE… NADA.
Confira “Filhos do Silêncio” de Andrea dos Santos
Ser livre é compreender que você pode ser quem você de fato é, construir caminhos que sejam bons para você, independentemente de quem goste ou não goste. É fazer as suas escolhas e bancar os bônus e os ônus que vem como consequência. SER LIVRE É VIVER A SUA PRÓPRIA VIDA.
Ainda na minha adolescência, eu aprendi a andar por aí. Vasculhei o centro da cidade de São Paulo, em cada cantinho, quando ainda era saudável e possível, entrando em livrarias, cinemas, galerias, prédios antigos, teatro municipal, viadutos, estações do metrô… E explorava muito, como um arqueólogo em busca nos nossos tesouros culturais.
Como sempre fui muito curiosa, descobria o que tinha em um prédio, principalmente nos da 25 de março, e subia prédio acima para explorar cada sala comercial que me abrisse as portas. Sempre amei demais garimpar os sebos do centro. Ao ponto de saber classificar quais eram bons, os mais barateiros, outros que cobravam além do que deviam, mas eu ia lá para saber. Ah, nessa época o jornalismo era só um sonho para mim, sonho que eu já sonhava desde meus 9 anos de idade, quando eu enfiava o microfone na frente de todo mundo para fazer perguntas, como uma verdadeira repórter mirim.
Outras expedições que eu fazia eram pelos shoppings da cidade. Veja você, eu era uma adolescente, nem estava na faculdade ainda, então, logicamente, eu não tinha dinheiro. Quando tinha muito era para a passagem do ônibus, o ingresso do cinema e uma casquinha do méqui (assim é mais fácil entender e já virou uma escrita aceita). Mas eu ia mesmo assim. Meu negócio sempre foi andar.
Acesse o nosso canal no Telegram
Acesse o nosso canal no WhatsApp
E assim, os anos foram passando, meu grande companheiro de aventuras da adolescência se foi, e eu segui meu caminho sozinha, construindo essa minha liberdade. E a cada passo rumo ao meu mundo adulto, sempre fui encontrando os cerceadores da minha liberdade. De colegas, a família, namorados, maridos etc. e tal.
Eu vejo beleza em andar olhando para todos os lados, incluindo aí para cima e para baixo, porque a beleza não está somente na linha do seu olhar. Gosto de ouvir a conversa dos outros, louca para participar, mas, na maioria das vezes, como estou só observando, não participo, mas me dá uma comichão. Eu queria participar, dar minha opinião? Queria… Mas nem sempre eu posso, porque aí eu invadiria a liberdade do outro. E se eu zelo pela minha, devo respeitar a dos outros também.
E nesses meus caminhos livres, onde encontro flores, mas também espinhos, tenho me desviado de todas as investidas que tentam me cercear. Eu ouço tentativas de me calar disfarçadas de conselhos, perseguições de pensamentos como se fossem cuidado, recriminação pela minha aparência como se fosse uma preocupação com minha saúde, mas, no fundo, e talvez esse fundo seja bem perto da superfície, esses seres estejam fazendo um esforço danado para tentar me parar.
E sabe por que uma pessoa que preserva e ama a sua liberdade sofre desses constantes ataques? Porque PARA SER LIVRE É PRECISO TER CORAGEM.
Acesse o nosso canal no Telegram
Acesse o nosso canal no WhatsApp
Como eu disse, ser livre exige muita coragem, porque quando você escolhe um caminho, você renuncia todos os outros. Quando você escolhe falar, nem todos estão preparados para ouvir. Quando você escolhe ouvir, muitos não estão preparados para falar. E o mais difícil de todos, a maioria das pessoas, não tem CORAGEM PARA SEREM LIVRES, como diria uma música: O QUE FALTA É CORAGEM.
Eu desejo que hoje, no primeiro dia da semana, você TENHA CORAGEM PARA SER LIVRE.
Faça uma escolha todos os dias, antes de tudo, escolha ser feliz.
Beijo da Linda para você. Até a próxima.