Pelos novos dias

Tem dias em que você acorda e sente calor. Em outros, você sente muito frio. Mas será mesmo que esse sentimento está só na temperatura do ambiente? Lá vou eu de novo, fazendo perguntas quando o certo para uma jornalista é trazer respostas. Então, vamos construir juntos as respostas de hoje.

Acordar em uma manhã quente, te dá a sensação de que o dia te convida para sair de casa, aproveitar o sol, fazer coisas ao ar livre. CURTIR, como dizem os jovens, os jovens de espírito, principalmente. Tudo bem se você deseja isso, mas, se a pessoa não seguir essa obrigação social, ela aproveita o dia? Lógico que sim… Já pensou que para uma mãe, que trabalha duro a semana inteira, um domingo de sol significa poder lavar a roupa e ela secar? Que para uma mulher moderna, esse dia pode ser uma boa oportunidade para lavar o seu carro, conquistado com tanto empenho e curtir a sua conquista? Que para quem convalesce, um dia claro pode ser aquele em que sua alma sorri, mesmo só observando o dia pela janela?

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Então, ok. Combinamos agora que as obrigações sociais são meramente obrigações, certo? Aí, você que me lê, com certeza é uma pessoa questionadora como eu, e se pergunta: – Ok, Claudia, mas dias de frio são sempre cinzas, fechados, convidativos para sentir-se com necessidade de ficar bem quietinho em casa, não é mesmo?

Mas, não menos que somente um mas, e esse mas te traz uma pausa para refletir devagar… Será que para quem sofre com os fogachos da menopausa, um dia frio de fato é ruim? Um motorista de ônibus ou caminhão que enfrenta horas pelas ruas se sente realmente desconfortável quando não está um calor dos infernos na sua cabine de trabalho? Um carteiro prefere um dia nublado de frio ou sol escaldante? Ou, mesmo sendo um dia frio, aquele que estava doente consegue se levantar, não é de aquecer o coração?

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Então, chegamos ao ponto. TUDO É VALORIZADO CONFORME A SUA PERSPECTIVA.

A forma com que você olha para as coisas não é o único jeito de olhar. A sua perspectiva sobre as aparências das coisas também não é única. Não existe uma coisa nessa vida que seja de fato de um jeito e não possa ser visto de outro. Até a morte, que indubitavelmente chegará, pode ser encarada de ângulos completamente diferentes, conforme as suas experiências, valores de vida e olhar para o fim.

Portanto, meu caro leitor ou leitora, antes de pensar que o que você acha é o certo para todos, pense que até para você o que é certo hoje pode mudar amanhã.
Das coisas mais difíceis da vida adulta é chegar em um momento em que você precisa ressignificar o que fazia sentido para você por tantos anos e agora não faz mais. Deixar o seu ego e vaidade para trás, como um orgulho ferido, por exemplo, e deixar a ferida cicatrizar. Ela jamais será esquecida, porque cicatriz marca, mas a dor da ferida aberta vai passar.

PERMITA-SE deixar ir o que tem que ir, deixar ficar o que fazer sentido hoje, mas sempre estar aberto ou aberta para permitir que o novo chegue.

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Os anos de vida que colecionamos são bons índices para nos apontar a hora de mudarmos quem fomos para construir esse ser que queremos ser.

E antes de tudo, PERMITA-SE SER FELIZ. Até a semana que vem, que com certeza será bem diferente da que já passou.

Beijo da Linda para você, ótimo domingo.

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Um comentário

  • 🌳 Tudo depende do jeito que a gente vê
    Esses dias, lendo o texto da Claudia Cruz, me bateu uma lembrança daquelas que a gente guarda com carinho na gaveta da infância. Um livro chamado “O frio pode ser Quente, Tudo depende do jeito que a gente vê” de Jandira Mansur. Nele, um menino morava num andar alto e ficava intrigado com o fato de a árvore da portaria parecer tão pequena vista da janela. Até que um adulto soltou uma frase que ficou comigo até hoje: “Tudo depende do jeito que a gente vê.”
    E não é que é verdade? Passaram-se mais de 40 anos e essa frase continua fazendo sentido. Porque não é só sobre estar perto ou longe. É sobre se colocar no lugar do outro, tentar enxergar com os olhos dele, com o coração dele. É sobre empatia.
    O texto da Claudia fala disso também, de como um dia de sol pode significar descanso pra uns e oportunidade de lavar roupa pra outros. Como um dia frio pode ser incômodo pra alguns, mas um alívio pra quem vive suando com os fogachos da menopausa. Cada pessoa vive o mundo de um jeito, e isso muda tudo.
    Tem gente que vê beleza onde outros só enxergam caos. Tem quem ache que tudo está perdido, enquanto outros veem recomeços. E tá tudo bem. Existe uma filosofia que eu adoro: “Let them.” Deixe ir, deixe ser. Cada um tem seu tempo, seu ritmo, suas dores e seus amores.
    A vida adulta, aliás, é esse eterno exercício de ressignificar. De entender que o que fazia sentido ontem pode não fazer mais hoje. E que tudo bem mudar. Tudo bem deixar pra trás. Tudo bem abrir espaço pro novo.
    No fim das contas, tudo absolutamente tudo depende do jeito que a gente vê. E quando a gente vê com empatia, com leveza, com respeito… o mundo fica mais bonito

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