Lá no início dos anos 2000, apareceu uma tal comunidade ‘Eu odeio lavar louça’, no finado Orkut. Deu até um calorzinho no coração e um sorrisinho de canto de boca apareceu aí também, né? Porque tem coisas que deixam saudade e o Orkut é uma delas, mas claro que não vamos falar de redes sociais… Foca no assunto!
Eu, como uma boa sagitariana espevitada, sempre achei lavar louça um saco, uma perda de tempo, quando vi a tal comunidade queria entrar cem vezes, mas só podia uma, então, ok… Era fã assídua dela.
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Mas de onde viria esse ódio de lavar louça? Talvez porque na minha casa originária, a dos meus pais, a louça era uma obrigação obrigada mesmo, e era tanta louça, que eu sofria só de pensar em ter que enfrentar aquela pia, ou porquê minha mãe ficava dizendo que fulana ou beltrana lavava louça e limpava a pia melhor que eu. E que m*** essa comparação, né? Eu queria ser a mais inteligente, mais esperta, mais alta (e isso eu sempre fui), mais magra, mais rica, mas a que limpava melhor a pia… ahhhhh, faça-me o favor rs.
Mas, a mãe mandava e eu tinha que ir, depois de muito procrastinas, eu dizia: vou enfrentar aquela pia. Eu gastava muito tempo ali e eu detestava gastar tempo com uma coisa que eu odiava. E procrastinava muito, mas no fim, tinha que lavar e eu sofria, sofria muito. Uma cantilena!
Aí você pode me dizer: Claudia, você só tinha louça para lavar porque tinha comida… – Sim, eu te respondo, mas não é porque eu tenho uma obrigação que eu tenho que amá-la, né?
Com o passar dos anos, logicamente, já na vida adulta, eu fui morar sozinha, tive filho, casei, descasei, casei de novo, descasei de novo, mas eu continuo detestando lavar louça. Porém, não menos que porém, a maturidade nos traz experiência para enfrentar os nossos ódios, medos, obrigações e criar sistemas para enfrentar aquilo que não dá para adiar ou deixar de fazer.
E assim eu fiz. Fui enfrentando de pia em pia, de louça em louça, acabando com a procrastinação. E descobri que dá para fazer o que não se gosta, com tamanho zelo e cuidado que fica muito melhor do que fazer aquilo que gosta. Fazer o que não gosta requer atenção redobrada e precisa de mais cuidado, porque se fizer mal feito vai ter que fazer duas vezes, e eu estou fora de repetir o que já não gosto.
Aí você pode estar me perguntando qual é o segredo para acabar com a procrastinação, com a preguiça ou fazer o que não gosta com excelência. Minha resposta: enfrente! Enfrente os seus medos, enfrente aquilo que precisa ser feito…
Lembra que eu disse que eu ia enfrentar a louça, e eu continuo enfrentando, porque o prazer de ver a pia limpa é maior que o ódio de lavar a louça. Eu criei sistemas para ir para a temida pia: coloco uma música, faço uma ligação para alguém que eu preciso ou quero, assisto aquela aula online que está pendente, enfim, aproveito o meu tempo.
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E sobre aproveitar e organizar o tempo use a mesma técnica. Crie sistemas, coloque períodos de tempo para o início e o fim da tarefa, não sofra com a atividade, porque se você imprimir sofrimento dói muito mais e, o mais importante, faça com amor.
Dedicar tempo de qualidade para fazer o que gosta, e também o que não gosta, pode gerar muito prazer, aí você enfrenta a pia, o trabalho, o ônibus lotado, mas com prazer.
Ah, essa conversa não é só sobre lavar a louça (risos).
Bom domingo para você, um beijo da Linda.