A vida que brota na primavera

O tempo dessa semana foi bem esquisito. Na segunda-feira estava um calor de 32 graus, na terça ainda estava muito quente, mas no final da tarde começou uma ventania. Quarta já amanheceu nublado, mas ainda estava um tanto de calor, no final da tarde começou a esfriar. Sexta choveu forte, fez um calor escaldante, daqui a pouco ventou de novo. De sexta para sábado, na madrugada toda, teve muito ventania, chuvas muitos fortes, raios e trovões. Domingo amanheceu nublado, com frio na casa de 14 graus e vai chegar no máximo aos 17.

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No dia que a temperatura começa de um jeito e vira bruscamente, como começar quente e depois esfriar, ou nos dias que a temperatura começa baixa e logo sobe muitos graus, temos um fenômeno que a meteorologia chama de amplitude térmica. E eles acontecem muito mais nas estações de transição, como primavera e outono. Sem que nós consigamos controlar. Uma variação brusca, que te tira de um lugar e te joga em outro, repentinamente. Como é a vida, como são as nossas estações, os nossos ciclos.

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Esses movimentos malucos da natureza ficam ainda mais realçados em São Paulo, por conta do tipo de clima que temos por aqui, causando o efeito cebola. A pessoa sai de manhã cheia de roupas e durante o dia vai tirando as camadas, como acontece com a cebola. À noite, tem que ir vestindo tudo de novo. Parece engraçado, e de fato é, mas aí você lembra que tem que carregar tudo e é desconfortável e pesado, e ainda tem o caso do guarda-chuva que se você esquecer ele em casa, com certeza se molhará, porque chove de forma inesperada. É um caos comum em São Paulo e na vida de quem transita por aqui, e nem estamos falando só do tempo e do clima. Estamos falando também de quem carrega muitas camadas, às vezes tira, mas logo veste novamente, com medo do frio, ou se protege no guarda-chuva, com medo de se molhar.

Espere aí, você não achou que hoje nosso papo seria sobre o tempo, achou? Comigo nada é sem propósito, eu penso muito em muitas coisas, todas ao mesmo tempo. Para alguns pode parecer bagunça, mas por aqui não tem bagunça não, nem na casa, nem na vida, nem nos pensamentos. Temos variações normais de quem vive. Tem umas coisas ali em cima da mesa e que não deveriam estar. Tem roupa fora do lugar, mas elas estão passeando para determinar os seus destinos, que pode ser a máquina de lavar ou o armário, mas tudo tem o seu devido lugar, a sua casinha. E assim, entre organização e vida real, vivemos.

Enfim, vamos ao que de fato interessa. Com todas essas variações que aconteceram essa semana, só consegui pensar em como é a vida. A vida é assim, uma variação constante, um iniciar fases frias que podem se tornar quentes, mas que se aquecer demais pega fogo e vira fumaça, e quando você se dá conta, já passou. Também tem uma amplitude de estar em tempos frios, cheios de nuvens densas, raios e trovões, mas de repente, essas nuvens se dissipam e o sol volta novamente a brilhar.

A coisa ruim é que nas coisas da vida não têm meteorologistas nem aplicativos para ver as previsões de como estará o tempo. É só um plantar de sementes, esperar a próxima estação, regando, alimentando, esperando, esperando, esperando… Mas até a espera é importante no ciclo da natureza, mesmo sendo difícil, gerando ansiedade, que se mistura com o desalento, mas não se pode perder a esperança do todo. Quando menos se espera, lá está o brotinho do seu plantio germinando, apontando o caminho para uma nova vida sair da terra e começar a florescer.

E você já pensou que antes da semente germinar ela morre? Ela é enterrada na terra fria, escura, recebe água como se estivesse sendo afogada e não conseguisse respirar, mas a fé e os milagres que estão na natureza pegam tudo isso e transformam em alimento, em oxigênio para a semente, em todas as condições que ela precisa para romper a casca e nascer, como uma nova vida. Essa nova vida parece tão frágil, dão desamparada, mas tem a força vital para crescer forte, só precisa de uns raios de sol, um pouquinho de água e uma porção de carinho, e tempo.

E agora, você já fez o paralelo com tudo o que você está vivendo? Ou já viveu? Ou viverá?

Seres humanos esquecem que são parte da natureza e que todos os ciclos que observamos nas plantas, nos animais e nos movimentos da Terra também acontecem conosco. Todas as fragilidades dos seres vivos também são nossas, mas as forças não são poucas, somos a espécie que temos o dom da transformação, de tirar de uma dor o renascimento, da desesperança uma oportunidade e na morte uma nova vida. Uma potência real da natureza.

E hoje pode ser o primeiro dia de iniciar essa nova vida! E eu te apoio totalmente para isso acontecer. Haverá dor, desalento, ventos e tempestades, mas a certeza que os ciclos da natureza nunca falham.

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O fato é que, independentemente, de você se sentir semente ou flor, todo ciclo tem seu começo, chega ao ápice e novamente mergulha para o fechamento, como a volta completa que faz 24 horas no relógio. Somente tenha a certeza que tudo muda, e pode ser tão rápido quanto a temperatura dos nossos dias de primavera.

Em tudo, lembre-se que FELICIDADE é uma construção e precisa de um tijolinho todos os dias.

Beijo da Linda para você, até a próxima.

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