A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) conseguiu arrecadar R$ 166 mil em uma campanha de doações online para pagar multas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A iniciativa foi lançada nas redes sociais da parlamentar e atingiu o objetivo em menos de dois dias, com apoio de seus seguidores e aliados políticos. O valor será utilizado para quitar punições judiciais por desinformação e incitação a atos antidemocráticos.
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Zambelli é alvo de investigações no STF por sua atuação durante e após as eleições de 2022, além de episódios envolvendo ameaças e falas contra o sistema eleitoral. Em nota, a deputada classificou as multas como “injustas” e “perseguição política”. “Não estou sozinha nessa luta. O povo brasileiro está ao meu lado”, escreveu nas redes sociais ao agradecer os doadores.
Apesar da arrecadação ser permitida por lei, juristas apontam que a origem dos valores pode ser questionada se houver indícios de doações ilícitas ou lavagem de dinheiro. De acordo com a legislação, qualquer cidadão pode fazer contribuições voluntárias, desde que respeite os limites e a transparência exigidos pelas autoridades fiscais.
O caso reacende o debate sobre o uso das redes sociais por políticos investigados judicialmente. Críticos acusam a deputada de transformar penalidades judiciais em oportunidades de mobilização ideológica, enquanto apoiadores alegam que ela está sendo punida por exercer sua liberdade de expressão. A Procuradoria-Geral da República acompanha de perto o caso.
Carla Zambelli tem utilizado a situação como forma de fortalecimento de sua imagem política junto à base bolsonarista. Em entrevistas recentes, tem reafirmado que continuará “lutando contra o sistema” e se apresenta como vítima de um “establishment autoritário”. O caso, no entanto, pode influenciar sua elegibilidade em eleições futuras, dependendo do desfecho dos processos em curso no STF.