Agora Tem Especialistas examina crianças e alerta sobre importância do diagnóstico precoce do câncer ocular

Quarenta e cinco crianças participaram nesta terça-feira (30) de uma ação do programa Agora Tem Especialistas no Hospital Federal dos Servidores do Estado (HSFE), no Rio de Janeiro (RJ). Todas as crianças estão em tratamento contra o retinoblastoma – tipo raro de câncer ocular. A iniciativa, realizada em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), integra a campanha “De Olho nos Olhinhos”, criada por Tiago Leifert e Daiana Garbin para promover a conscientização e o diagnóstico precoce da doença.

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Cerca de 20 médicos, além de enfermeiros, técnicos de enfermagem e equipe de apoio, participaram da ação. Ao longo do dia, foram distribuídos materiais informativos sobre o retinoblastoma, destacando que seu diagnóstico e tratamento precoce garantem mais de 90% de chances de cura, muitas vezes com preservação da visão.

Metas e alertas

A iniciativa integra o programa Agora Tem Especialistas, do governo federal, que busca reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias.

O médico oftalmologista Ian Curi, responsável pelo setor de Oftalmologia Pediátrica do HFSE, destacou a sua importância do mutirão. “Nosso objetivo, além de alertar sobre esse tipo de câncer infantil, é melhorar a qualidade de vida desses pequenos. Por isso, oferecemos uma avaliação oftalmológica geral, incluindo exames de refração e para medir a pressão intraocular”, disse Ian.

O Ministério da Saúde, em um comunicado no site do Governo Federal, alertou pais e responsáveis a ficarem atentos aos primeiros sinais da doença. O principal sinal é um reflexo esbranquiçado ou brilhante na pupila, semelhante ao que aparece nos olhos de um gato quando iluminados à noite.

“O SUS oferece diagnóstico, tratamento e acompanhamento gratuitos para pacientes com retinoblastoma, com atendimento especializado nos centros de referência. Em caso de suspeita, a criança deve ser encaminhada imediatamente a um desses centros para avaliação e tratamento”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

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O que aflige os olhos

O retinoblastoma é um tumor maligno originário das células da retina – que é a parte do olho responsável pela visão -, afetando um ou ambos os olhos. É o tumor maligno intraocular mais comum da infância e geralmente ocorre antes dos 5 anos de idade. Pode ocorrer tanto de forma esporádica, na maioria das vezes, quanto de forma hereditária, na menor parte dos casos.

A incidência global do retinoblastoma é de aproximadamente um caso para cada 15 mil a 20 mil nascidos vivos, o que representa cerca de 8 mil novos casos por ano no mundo. No Brasil, há uma expectativa de 400 novos casos a cada ano. Em geral, 90% dos diagnósticos ocorrem antes dos 5 anos, sendo metade dos casos diagnosticados antes dos 2 anos de idade.

A médica oftalmologista Clarissa Matosinhos, chefe da oncologia ocular do INCA, explica sobre os sintomas do retinoblastoma e seu tratamento.

“Os principais sinais de apresentação são a leucocoria (reflexo pupilar esbranquiçado) e o estrabismo (desalinhamento dos olhos), podendo também ocorrer baixa acuidade visual (clareza dos olhos), dor ocular e proptose (“olho saltado”) em fases avançadas. O tratamento varia conforme o estágio da doença e pode incluir quimioterapia sistêmica ou intra-arterial, associada a terapias locais como laser, crioterapia ou braquioterapia”.

A ação

O Instituto Nacional de Câncer (INCA), organizador da iniciativa do retinoblastoma, é o órgão auxiliar do Ministério da Saúde no desenvolvimento e coordenação das ações integradas para a prevenção e o controle do câncer no Brasil.

A iniciativa foi realizada pela primeira vez em 2024, oferecendo o cuidado especializado a 25 crianças. O evento é organizado pelos médicos Ian Curi, Clarissa Mattosinho e Nathalia Grigorovski.


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