Zelensky acusa Rússia de enviar corpos de soldados russos no lugar de ucranianos

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de violar o acordo de troca de corpos firmado entre os dois países. Segundo ele, Moscou teria enviado 21 corpos que não seriam de soldados ucranianos — entre eles, 20 russos e um cidadão israelense.

A denúncia foi feita durante uma coletiva de imprensa na última sexta-feira (20) e divulgada apenas neste sábado (21). Para Zelensky, o gesto não é um erro isolado, mas sim uma ação deliberada da Rússia. “Eles fazem isso para inflar o número de soldados ucranianos mortos e, ao mesmo tempo, esconder suas próprias baixas. A mentira está documentada”, afirmou o líder ucraniano.

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O presidente ainda revelou que alguns dos corpos devolvidos estavam acompanhados de passaportes russos, o que, segundo ele, comprova a denúncia. Zelensky também destacou que situações semelhantes já ocorreram anteriormente, e que, apesar de comunicar Moscou sobre os episódios, o governo russo não responde às reclamações.

O acordo de troca de cadáveres foi selado no início deste mês, durante uma das rodadas de negociação direta entre Ucrânia e Rússia. Pelo combinado, cada lado se comprometeu a devolver seis mil corpos de soldados. A medida, que também inclui a libertação de prisioneiros de guerra com até 25 anos, gravemente feridos ou doentes, faz parte de um esforço diplomático para reduzir as tensões, embora as negociações pelo fim da guerra ainda caminhem sem avanços concretos.

Zelensky acredita que Moscou tem utilizado essas trocas como estratégia para aparentar boa vontade diante da comunidade internacional, sobretudo dos Estados Unidos, que exercem pressão constante para uma solução no conflito. De acordo com o presidente ucraniano, algumas devoluções foram feitas de forma reservada, longe dos holofotes da imprensa.

Até o momento, o Kremlin não respondeu oficialmente às acusações. O presidente russo, Vladimir Putin, por sua vez, declarou neste sábado que as negociações sobre troca de prisioneiros e de corpos têm sido bem-sucedidas.

As devoluções começaram no dia 9 deste mês e, desde então, vários grupos de soldados foram repatriados, tanto vivos quanto mortos. No entanto, os números totais das trocas seguem sem divulgação oficial.

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