A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou, nesta semana, estar vivendo como “uma exilada política” na Itália, onde se encontra desde que teve sua prisão preventiva decretada por envolvimento em supostos crimes relacionados a atos antidemocráticos. Em entrevista a um canal aliado, Zambelli declarou que sofre perseguição política no Brasil e que teme ser vítima de uma “vingança do sistema”.
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Zambelli está sendo investigada por suposta participação em organização criminosa digital, voltada à tentativa de abalar a credibilidade das instituições democráticas, especialmente o STF.
A parlamentar teve o passaporte suspenso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, mas deixou o país antes da notificação oficial. Desde então, tem criticado duramente o Judiciário e declarado não ter garantias de um julgamento justo.As declarações de Zambelli geraram forte repercussão no meio político.
Aliados do governo classificaram a fala como tentativa de vitimização, enquanto parlamentares da oposição reforçaram o discurso de que o Brasil vive uma suposta “ditadura do Judiciário”. O presidente da Câmara, Arthur Lira, evitou comentar diretamente o caso, mas reiterou a importância da harmonia entre os poderes.
O governo brasileiro já comunicou a Interpol e articula meios diplomáticos para tentar trazer a deputada de volta ao país, embora ainda não haja pedido formal de extradição. Fontes da Polícia Federal apontam que a permanência de Zambelli na Europa pode dificultar o andamento das investigações, mas lembram que o processo corre em sigilo.Zambelli, que foi uma das principais aliadas de Jair Bolsonaro no Congresso, agora se apresenta como vítima de uma perseguição sistemática.
Para analistas políticos, o caso pode se tornar mais um elemento de polarização no cenário nacional, reacendendo o debate sobre os limites da liberdade de expressão, a judicialização da política e os reflexos da extrema-direita no Brasil contemporâneo.