A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) afirmou, nesta semana, que pretende se apresentar voluntariamente às autoridades italianas. A declaração ocorreu após o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitar o recurso apresentado por sua defesa contra a condenação a 10 anos e 8 meses de prisão por associação criminosa e invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
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Zambelli está atualmente na Itália, onde diz estar desde antes da decisão do STF, e alega que não tem intenção de fugir da Justiça. “Quero me apresentar para evitar ser considerada foragida. Estou aqui de boa-fé, respeitando as leis italianas e buscando regularizar minha permanência”, afirmou em entrevista a portais de notícia.
A deputada também disse que já entrou em contato com um advogado italiano e espera ser ouvida pelas autoridades do país europeu. “Já manifestei minha intenção de colaborar com o que for necessário”, afirmou. A defesa de Zambelli argumenta que ela é vítima de perseguição política e que sua saída do Brasil não foi uma tentativa de escapar da condenação.
O julgamento que resultou na condenação de Zambelli no STF diz respeito à invasão de sistemas do CNJ, ação executada por um hacker que teria atuado a mando da deputada. O caso foi considerado grave pelos ministros da Corte, que entenderam haver provas suficientes do envolvimento direto da parlamentar na operação ilegal.
Desde que a decisão foi tornada pública, a possibilidade de um pedido de extradição passou a ser cogitada pelo governo brasileiro. Contudo, Zambelli se antecipou à medida, sinalizando disposição para esclarecer sua situação e reforçando que não pretende se esconder.
“Estou tranquila, minha consciência está limpa. Tenho fé de que a verdade será restabelecida”, disse. Zambelli, que foi uma das principais apoiadoras do ex-presidente Jair Bolsonaro, segue com os direitos políticos suspensos por conta da condenação e está formalmente licenciada do cargo de deputada federal.
Por ora, o governo italiano ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. Se o Brasil avançar com um pedido de extradição, o processo poderá se estender, envolvendo negociações diplomáticas e avaliação jurídica por parte das autoridades italianas.