A guerra entre Rússia e Ucrânia se aproxima do seu terceiro ano sem perspectivas concretas de cessar-fogo. No entanto, uma nova sinalização diplomática chamou atenção nesta semana: o governo ucraniano declarou oficialmente que não considera mais o Brasil, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como um país viável para intermediar negociações de paz.
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Segundo autoridades de Kiev, as falas de Lula têm se mostrado repetidamente ambíguas e até mesmo indulgentes com o regime de Vladimir Putin, o que compromete a confiança necessária para que o Brasil desempenhe o papel de mediador.
A reação da Ucrânia vem na esteira de declarações em que Lula sugeriu que tanto Rússia quanto Ucrânia são responsáveis pela continuidade do conflito, o que foi interpretado pelo governo ucraniano como uma falsa equivalência. Em nota, representantes diplomáticos afirmaram que o Brasil:
“Adotou uma postura que não condiz com os princípios básicos da soberania nacional e do direito internacional”.
A decisão representa um revés significativo para a política externa brasileira, que busca retomar protagonismo no cenário internacional por meio de um discurso de multipolaridade e defesa do diálogo. Desde o início do atual mandato, Lula tem tentado se posicionar como um ator conciliador em conflitos internacionais especialmente no Leste Europeu e no Oriente Médio, mas tem enfrentado críticas tanto da comunidade ocidental quanto de setores internos.
Com a recusa da Ucrânia, o Brasil vê sua influência esvaziada em uma das maiores crises geopolíticas da atualidade, ao mesmo tempo em que se vê pressionado a esclarecer sua posição diante da guerra. A reação internacional também pode impactar o desempenho do país em fóruns multilaterais como o G20 e o BRICS.