Trump constrange presidente sul-africano com acusações de ‘genocídio branco’

Durante um encontro oficial realizado no Salão Oval, na Casa Branca, nesta terça-feira (21), o presidente norte-americano Donald Trump causou constrangimento internacional ao acusar a África do Sul de cometer “genocídio branco” — uma teoria conspiratória amplamente desmentida por especialistas e órgãos internacionais.

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O presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, que participava da reunião para discutir parcerias comerciais e cooperação em segurança, demonstrou desconforto com a declaração e respondeu de forma diplomática, porém firme, afirmando que:

“a África do Sul é uma democracia robusta, com respeito aos direitos humanos e à diversidade.”

A fala de Trump faz referência a alegações falsas e sensacionalistas sobre perseguições sistemáticas a fazendeiros brancos no país africano. Organizações como a Human Rights Watch e a Anistia Internacional já comprovaram que os índices de criminalidade afetam todas as etnias na África do Sul e não sustentam a narrativa de “genocídio” com base racial.

A declaração teve repercussão negativa em diversos países. A chancelaria sul-africana emitiu uma nota oficial, qualificando as acusações como “irresponsáveis, perigosas e desprovidas de qualquer fundamento”. O Parlamento sul-africano também convocou uma sessão extraordinária para debater a fala de Trump.

Nos Estados Unidos, membros do Partido Democrata criticaram duramente o presidente, enquanto aliados republicanos tentaram minimizar o impacto. Especialistas em relações internacionais alertaram que o incidente pode prejudicar negociações bilaterais e afastar investimentos dos EUA no continente africano.

A teoria do “genocídio branco” foi amplamente difundida em círculos de extrema-direita nos EUA e na Europa, especialmente a partir de 2018, quando Trump fez menções públicas ao tema em suas redes sociais. A retórica, baseada em desinformação, é frequentemente usada como argumento para políticas xenofóbicas e supremacistas.

Apesar da polêmica, o governo de Ramaphosa reafirmou seu compromisso com o diálogo diplomático.

“Estamos abertos ao debate honesto e construtivo, mas não toleraremos a propagação de mentiras que ferem a imagem da nossa nação”, declarou o presidente sul-africano após o encontro.

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