A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) está sendo considerada para assumir a relatoria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará um suposto esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A possível escolha da parlamentar, aliada ao governo, é interpretada como uma manobra do Palácio do Planalto para preservar protagonismo e evitar que a oposição conduza os trabalhos da comissão.
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A CPMI foi criada com o apoio de parlamentares tanto da base governista quanto da oposição. Tabata Amaral foi, inclusive, uma das primeiras deputadas da base a assinar o pedido de abertura da comissão. Apesar de seu nome estar em alta nas articulações em Brasília, ela afirmou publicamente que ainda não recebeu um convite formal para o cargo de relatora, mas se disse “com sangue nos olhos” para enfrentar a missão, caso seja confirmada.
“Se o convite vier, estou pronta para fazer um trabalho sério, técnico e comprometido com a verdade”, declarou a deputada à imprensa.
Por outro lado, líderes da oposição criticaram a possibilidade de a relatoria ficar com alguém da base do governo. Para o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ):
“CPI é instrumento da oposição. Entregar a relatoria a uma aliada de Lula compromete a independência da comissão”.
A definição oficial sobre quem ficará com a relatoria depende de acordos entre as presidências da Câmara e do Senado, além das negociações com as lideranças partidárias.
A CPMI foi criada com o objetivo de investigar denúncias de fraudes na concessão de benefícios previdenciários, que, segundo estimativas preliminares, podem ultrapassar os R$ 10 bilhões. A previsão é de que os trabalhos se iniciem nas próximas semanas.