A Polícia Federal deflagrou nesta semana uma operação que abalou o cenário político de Sorocaba, no interior de São Paulo. O alvo principal foi o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), apontado pelos investigadores como líder de uma organização criminosa responsável por desviar recursos públicos e lavar dinheiro por meio de contratos simulados.
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Segundo o relatório da PF, o grupo teria atuado em diferentes frentes, inclusive na área da saúde, firmando contratos emergenciais sem licitação e utilizando empresas de fachada.
Um dos principais indícios envolve uma empresa de comunicação ligada à esposa do prefeito, Sirlange Rodrigues Frate, que teria sido usada para firmar contratos fictícios com entidades religiosas e empresas próximas à gestão municipal. As investigações revelam movimentações financeiras que ultrapassam R$ 1 milhão, além de pagamentos em espécie e compra de imóveis incompatíveis com a renda declarada.
A PF também identificou o uso de termos religiosos em mensagens, supostamente como linguagem cifrada entre os envolvidos. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) determinou o afastamento de Manga por 180 dias, além de mandados de busca e apreensão e bloqueio de bens no valor de R$ 6,5 milhões.
Em nota, a defesa do prefeito classificou a operação como “perseguição política” e afirmou que Manga “confia na Justiça e provará sua inocência”. A Prefeitura informou que o vice-prefeito, Fernando Martins da Costa Neto, assume interinamente o cargo.
O caso amplia as tensões em torno da administração sorocabana, que já vinha sendo questionada por contratos suspeitos na Educação e em áreas de tecnologia. A nova fase da investigação reacende o debate sobre corrupção em prefeituras de médio porte e os desafios da fiscalização de recursos públicos no interior paulista.









