A Polícia Federal concluiu que o pen drive entregue por Jair Bolsonaro, durante depoimento recente, não continha nenhum conteúdo relevante para as investigações em andamento. O dispositivo foi apresentado voluntariamente pelo ex-presidente, que alegou estar colaborando com os inquéritos que apuram supostas ações ilegais durante e após seu mandato. No entanto, segundo o laudo técnico da PF, não foram encontrados arquivos úteis, nem mesmo registros apagados ou ocultos.
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A análise foi realizada por peritos do setor de informática da corporação, que submeteram o pen drive a ferramentas avançadas de recuperação de dados. O laudo final apontou que, embora tecnicamente o dispositivo estivesse funcional, não havia qualquer conteúdo armazenado, tampouco rastros de que tivesse sido utilizado de forma significativa anteriormente.
Laudo afasta hipótese de conteúdo intencionalmente apagado
Segundo a Polícia Federal, o pen drive passou por varreduras que incluíram busca por arquivos deletados, dados corrompidos, partições ocultas e setores formatados. O resultado foi categórico: não há indícios de que o dispositivo tenha armazenado arquivos relevantes em qualquer momento.
Fontes da PF indicam que o dispositivo pode ter sido novo ou ter passado por uma limpeza completa, o que, mesmo que não configure má-fé, esvazia a expectativa de colaboração efetiva com o inquérito.
Investigação segue em ritmo normal
Mesmo sem novidades oriundas do pen drive, os inquéritos envolvendo Jair Bolsonaro seguem em várias frentes. Entre os principais temas investigados estão:
- Tentativas de desacreditar o sistema eleitoral.
- Suposta incitação a atos antidemocráticos.
- Disseminação de fake news durante a pandemia.
- Planejamento de ações que atentem contra o Estado democrático de direito.
A entrega do pen drive vazio não representa crime, mas também não contribuiu para esclarecer fatos investigados. A PF deve registrar o episódio como parte do processo, mas o foco permanece em outras provas já reunidas, como documentos, mensagens, vídeos e depoimentos de ex-auxiliares.
Expectativa de novos desdobramentos sobre Bolsonaro
A defesa de Jair Bolsonaro ainda não comentou oficialmente o conteúdo do laudo pericial. Aliados do ex-presidente alegam que a entrega do dispositivo demonstrou disposição em colaborar. Entretanto, para investigadores e especialistas, a ausência de informações relevantes limita o valor prático da ação.
Com isso, o episódio do pen drive é tratado como um gesto simbólico, sem impacto direto nas próximas fases da investigação. A Polícia Federal segue conduzindo diligências, com base em elementos mais consistentes, e pode convocar novas oitivas nas próximas semanas.









