Especialistas independentes das Organizações das Nações Unidas emitiram, nesta terça-feira (7) um alerta contundente sobre a grave situação humanitária na Faixa de Gaza. Segundo o grupo, os países do mundo “devem agir imediatamente” para evitar uma “aniquilação” dos palestinos diante das ofensivas militares israelenses e do colapso dos serviços básicos na região.
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De acordo com o comunicado oficial, os especialistas — ligados ao Conselho de Direitos Humanos da ONU — classificam as ações de Israel como parte de uma possível campanha genocida.
“Estamos à beira de uma aniquilação. Os Estados têm a obrigação legal e moral de interromper este massacre”, afirmaram.
Desde o início da escalada militar, estima-se que mais de 51 mil palestinos tenham sido mortos, muitos deles mulheres e crianças. Bombardeios recentes atingiram inclusive escolas e hospitais, locais que abrigavam civis deslocados. Além disso, o bloqueio total à entrada de ajuda humanitária, vigente desde março, agrava ainda mais a crise.
Plano israelense sobre Gaza preocupa comunidade internacional
A comunidade internacional também demonstra crescente inquietação com o plano do governo israelense de manter controle militar permanente sobre Gaza. O projeto prevê o deslocamento forçado de civis palestinos sob o pretexto de “emigração voluntária” e a instalação de zonas de segurança sob administração de Tel Aviv.
O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, classificou o momento como “extremamente perigoso” e criticou as possíveis violações ao direito internacional.
“Não há como justificar medidas que resultem no desaparecimento físico ou cultural de um povo inteiro”, disse.
Europa reage; Espanha anuncia investigação de crimes de guerra

Vários países europeus têm endurecido o tom contra Israel. A Espanha, por exemplo, anunciou a liberação de mais 500 mil euros para o Alto Comissariado da ONU, com o objetivo de fortalecer investigações sobre possíveis crimes de guerra cometidos em Gaza. A França, Alemanha, Países Baixos e Bélgica também se manifestaram a favor de resoluções mais duras na ONU.
Para os especialistas da ONU:
“É imperativo desmantelar o regime de apartheid, interromper o genocídio e assegurar um futuro onde palestinos e israelenses possam viver com liberdade, igualdade, dignidade e paz”.