ONG critica prisão domiciliar de Collor em mansão

ONG denuncia privilégio de Collor, que cumpre pena em cobertura de 600m² em Maceió, enquanto réus pobres seguem em celas superlotadas.

A ONG Transparência Internacional, movimento global presente em mais de 100 países, criticou a decisão do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de conceder prisão domiciliar ao ex-presidente Fernando de Collor Mello em sua cobertura na orla de Maceió com 600 metros quadrados.

A defesa do ex-presidente havia entrado com pedido de prisão domiciliar devido à problemas de saúde apresentados pelo preso (apneia do sono, bipolaridade e Parkinson), e já havia sido defendido pelo Procurador Geral da República Paulo Gonet.

Collor, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, deixou o presídio Baldomero Cavalcanti na última quinta-feira (1º), e desde então encontra-se em sua residência na capital alagoana, avaliada em mais 9 milhões de reais.

A ONG se manifestou dizendo: “No Brasil, milhões de réus pobres (a maioria negros) são encarcerados em verdadeiras masmorras medievais, mas um corrupto serial evade a Justiça por décadas e cumpre “pena” em um palácio. O Judiciário brasileiro é o principal vetor da desigualdade abissal do país”

Apesar de algumas medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, retenção do passaporte e visitação restrita a advogados e familiares, o condenado não sofrerá restrições quanto ao espaço.

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Segundo a Lei de Execução Penal, o tamanho de uma cela comum em prisões no Brasil, deve ter uma área mínima de 6 metros quadrados. Para tanto, Collor terá uma área 100 vezes superior.

Autor

  • Ricardo Lacava

    Ricardo Lacava é veterinário graduado pela UNESP, mestrado pela UFSC e Doutorado pela UNESP/Harper Adams University (Sanduíche/Reino Unido). Graduação em letras pela UFSCAR em andamento. Servidor público federal do Ministério da Agricultura desde 2008. Menção honrosa no Prêmio Literário Cidade de Manaus 2024. Autor do romance “Infecundo Solo”, segundo lugar no Prêmio José de Alencar do Concurso Internacional de Literatura União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, 2017. Vencedor do Prêmio Literário Uirapuru 2019 com o livro “Astúncio, o estúpido esclarecido” e do XIV Prêmio Literário Livraria Asabeça 2015 com a obra “O Canto do Urutau (A Lenda do Mãe-da-lua)”. http://lattes.cnpq.br/3957903174743776

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