Núcleo de Lupi na Previdência critica Lula e chama possível demissão de “covardia”

O clima no Ministério da Previdência Social esquentou nos bastidores do governo Lula após declarações contundentes do ministro Carlos Lupi (PDT), que vem se posicionando contra cortes em benefícios previdenciários. Diante da possibilidade de ser demitido por se opor às medidas de ajuste fiscal sugeridas pela equipe econômica, aliados de Lupi classificaram a eventual saída como um ato de “covardia” do presidente.

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A base pedetista no governo avalia que a retirada de Lupi do comando da Previdência representaria uma ruptura com o partido. “Demitir Lupi seria demitir o PDT inteiro”, declarou um importante líder da legenda. A relação entre o presidente Lula e o ministro, até então sólida, vem sendo abalada pelas discordâncias em torno das políticas para o setor.

Em declarações públicas recentes, Lupi foi enfático ao afirmar que não permaneceria no cargo caso houvesse redução de direitos dos aposentados ou mudanças no cálculo do salário mínimo. “Se for para cortar benefício de quem ganha R$ 1.800 por mês, eu não tenho como continuar”, disse o ministro, ressaltando que a prioridade deveria ser combater a sonegação e cobrar os grandes devedores da Previdência.

A tensão aumenta com a revelação de um esquema bilionário de fraudes no INSS, que, segundo investigações, desviou cerca de R$ 6,5 bilhões. Apesar do impacto político, Lupi tem defendido a intensificação de auditorias e punições, reiterando seu compromisso com a moralização do sistema.

No entanto, a insistência do ministro em preservar benefícios sociais bate de frente com o plano de equilíbrio fiscal do governo, liderado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ainda assim, Lupi sinalizou apoio a ajustes técnicos em programas como o BPC (Benefício de Prestação Continuada), desde que não afetem os direitos adquiridos da população.

Enquanto o Planalto não oficializa nenhuma decisão sobre o futuro do ministro, o cenário se torna um teste para a coesão da base aliada e para os rumos da política social no terceiro mandato de Lula. Nos corredores de Brasília, a leitura é clara: a saída de Lupi pode desencadear uma crise dentro da própria coalizão.

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