A Rádio Pública Nacional (NPR), dos Estados Unidos, entrou com uma ação judicial nesta terça-feira (27) para suspender o decreto assinado pelo presidente Donald Trump que interrompe o financiamento federal da emissora e da rede de televisão pública PBS. Segundo a ação, a medida representa uma violação da separação de poderes, já que cabe ao Congresso, e não ao Executivo, a gestão dos recursos públicos, conforme previsto na Constituição americana.
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Além disso, a NPR argumenta que o decreto infringe a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que garante a liberdade de expressão. A diretora-executiva da emissora, Katherine Maher, declarou que a ordem presidencial tem como objetivo punir a NPR por divulgar conteúdos jornalísticos que desagradam Trump.
“Defendemos os direitos constitucionais, a liberdade de imprensa e um público informado”, afirmou Maher.
A NPR e a PBS são financiadas por meio de uma combinação de verbas públicas e doações privadas, e possuem grande alcance no país. Estima-se que cerca de 43 milhões de americanos escutem semanalmente os programas da NPR, enquanto a PBS atrai uma audiência mensal de aproximadamente 36 milhões de telespectadores em emissoras locais.
Desde seu retorno ao poder em janeiro, Trump intensificou ataques à imprensa americana, acusando veículos tradicionais de parcialidade e de promoverem “propaganda de esquerda”. O decreto recente determina que a Corporação para a Radiodifusão Pública (CPB) deixe de repassar fundos para NPR e PBS, em mais uma tentativa de cortar gastos públicos. O impacto das ações do governo Trump não se limita ao território nacional.
O presidente também promoveu o desmonte da agência USAGM, responsável pela supervisão de serviços de radiodifusão no exterior, como a Voz da América, a Rádio e TV Martí e a Radio Free Asia. As mudanças têm gerado preocupação sobre o futuro da radiodifusão pública e da liberdade de imprensa nos Estados Unidos.
