O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, declarou nesta terça-feira, durante audiência da comissão especial que analisa a PEC da Segurança Pública na Câmara dos Deputados, que a disseminação de armas de uso restrito é um dos fatores centrais por trás do aumento dos assassinatos violentos no Brasil.
Confira “Filhos do Silêncio” de Andrea dos Santos
Lewandowski citou especificamente o caso do ex-delegado-geral paulista Ruy Ferraz Fontes, morto com tiros de fuzil em Praia Grande (SP), como exemplo de uma violência brutal que reflete o grau de vulnerabilidade gerado pelo uso dessas armas.
LEIA TAMBÉM: Câmara aprova PEC que amplia blindagem judicial para deputados e senadores; veja como votaram
Segundo o ministro, políticas anteriores favoreceram o amplo acesso a armas, especialmente no grupo dos CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores), sem o controle adequado. Ele afirmou que muitas dessas armas, embora inicialmente em mãos de cidadãos supostamente “de boa fé”, acabam sendo desviadas para organizações criminosas.
Lewandowski também disse que o atual governo busca reverter esse cenário com políticas mais rigorosas de fiscalização, cadastramento e controle das armas de uso restrito, sobretudo as que são controladas pelos CACs. Ele ressaltou que tais medidas são urgentes para impedir que os instrumentos legais caiam nas mãos erradas e alimentem a criminalidade.
O ministro ofereceu ainda suporte das forças de segurança federais ao estado de São Paulo, para colaborar com as investigações do assassinato do ex-delegado. O governo paulista já montou uma força-tarefa em caráter emergencial para apurar autorias e responsabilidades do crime.
