Em declaração recente durante uma entrevista internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a comentar sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, insinuando que dificilmente a Ucrânia conseguirá retomar os territórios ocupados por Moscou. A fala reforça a posição do governo brasileiro em favor de uma saída negociada para o conflito, ainda que isso signifique a permanência russa em parte do território ucraniano.
“é preciso ter realismo” ao tratar do cenário atual e “entender que não é possível querer tudo de volta depois de uma guerra”, segundo Lula.
Leia mais: Zambelli afirma que vai se apresentar às autoridades italianas: “Estou aqui de boa-fé”
A declaração foi interpretada por analistas como um reconhecimento tácito das dificuldades enfrentadas pela Ucrânia no campo de batalha, principalmente após a longa duração do conflito e os recentes avanços limitados do exército ucraniano.
A posição do presidente brasileiro contrasta com a de países ocidentais, especialmente Estados Unidos e União Europeia, que seguem apoiando militarmente Kiev com o objetivo de reverter as ocupações russas. Lula, por sua vez, tem defendido a criação de um grupo de países neutros para mediar uma solução diplomática, o que já foi sugerido em fóruns internacionais desde o início de seu mandato atual.
A declaração, no entanto, também gera críticas. Especialistas em relações internacionais e parte da oposição apontam que a fala pode ser lida como um alinhamento indireto ao Kremlin, enfraquecendo a imagem do Brasil como mediador neutro. Ainda assim, o Itamaraty reforçou que o país mantém sua posição de defesa do direito internacional e da soberania dos Estados.
Para Lula, insistir em uma solução apenas militar “só prolonga o sofrimento do povo ucraniano” e, por isso, o diálogo deve prevalecer. Resta saber como essa postura será recebida por aliados europeus e como influenciará as futuras movimentações diplomáticas do Brasil no cenário global.