Em mais um movimento diplomático voltado à busca pela paz na guerra entre Rússia e Ucrânia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone nesta semana com o presidente russo Vladimir Putin. Durante o diálogo, Lula defendeu a importância de uma solução negociada para o conflito e sugeriu que Putin participe de uma eventual reunião direta com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, com mediação internacional.
A guerra, que já ultrapassou três anos, continua provocando impactos humanitários e econômicos profundos, com milhares de mortos, milhões de deslocados e efeitos globais sobre a segurança alimentar, o preço dos combustíveis e a estabilidade geopolítica. Lula tem insistido na necessidade de ampliar a pressão por um cessar-fogo imediato e pelo respeito à integridade territorial da Ucrânia, ao mesmo tempo em que critica o que chama de “ausência de vontade real” de parte dos países mais ricos em encerrar o conflito.
De acordo com nota oficial do Palácio do Planalto, o presidente brasileiro reafirmou a disposição do Brasil em atuar como facilitador do diálogo, ressaltando que o país mantém uma posição de neutralidade e compromisso com a diplomacia multilateral.
“Não se constrói a paz com armas, mas com coragem para conversar”, teria dito Lula durante a ligação.
O Kremlin confirmou a conversa, mas não comentou publicamente a proposta de reunião com Zelensky. A diplomacia russa, no entanto, tem se mostrado reticente em aceitar interlocuções diretas com o governo ucraniano sem garantias de segurança e sem a retirada de sanções internacionais.
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A tentativa de Lula reforça a estratégia do Brasil de retomar protagonismo no cenário internacional, defendendo soluções pacíficas para conflitos e promovendo o diálogo como principal ferramenta nas relações exteriores. Ao colocar-se como ponte entre os lados opostos, o governo brasileiro busca também se posicionar como voz do Sul Global em fóruns multilaterais e nas discussões sobre os rumos da nova ordem mundial.