Lula se reúne com Motta em semana de pressão por anistia e IR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu no inicio desta semana o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em um encontro reservado no Palácio da Alvorada.

A conversa, fora da agenda oficial, ocorre em meio a uma semana decisiva para o governo, que tenta equilibrar a articulação em torno da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e a promessa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

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O Planalto vê a pauta do IR como prioridade estratégica, não apenas pelo impacto social, mas também pela força eleitoral que a medida representa.

Para entrar em vigor em 2026, ano de eleição presidencial, a proposta precisa avançar ainda em setembro, o que exige apoio do Congresso e rápida negociação sobre formas de compensar a renúncia fiscal. Ao mesmo tempo, cresce a pressão da oposição e de setores do centrão para acelerar a tramitação do projeto de anistia.

O tema, no entanto, divide a base governista e encontra resistência em parte da sociedade, que vê na medida um risco de relativizar os ataques à democracia ocorridos em 2023. Lula tem sinalizado preferência por adiar essa discussão ou restringir o alcance do perdão.

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Durante o encontro, Lula reforçou com Motta a necessidade de priorizar projetos que impactem diretamente a população, como a tarifa social de energia elétrica e a reforma do IR. A estratégia é deslocar o foco da anistia, considerada uma bandeira mais ligada à oposição, para iniciativas que consolidem a imagem de um governo atento às demandas populares.

Nos bastidores, parlamentares avaliam que Motta pode ser peça-chave para destravar a pauta econômica e, ao mesmo tempo, administrar o desgaste em torno da anistia. Sua interlocução com diferentes blocos partidários coloca o presidente da Câmara em posição de protagonismo nesse momento de tensão política.

O desfecho das negociações nos próximos dias deve indicar se o governo conseguirá sair fortalecido, garantindo vitórias concretas no Congresso, ou se enfrentará um revés que pode desgastar sua base e alimentar críticas da oposição. A semana, portanto, é vista como um teste importante para a articulação política de Lula e de seu entorno.

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