O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comentou, nesta quinta-feira (19), sobre as eleições de 2026 e sua possível reeleição a presidência. Ele disse que, caso entre na disputa, será “para ganhar”.
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A afirmação foi feita durante uma entrevista ao podcast Mano a Mano, do Mano Brown, gravada no dia 15 e publicado nesta quinta-feira. Durante o episódio, Lula foi questionado sobre as próximas eleições e qual seu posicionamento sobre o assunto.

“Se eu for candidato a presidente, eu serei candidato para ganhar, eu não vou ser candidato para disputar. Da forma mais democrática”, disse.
“E, quando eu ganho, eu também quero que as pessoas aceitem o resultado. E eu tenho certeza, Mano Brown, tenho certeza, a gente pode voltar a conversar em setembro do ano que vem que nós vamos entregar esse país redondo”.
Quando questionado sobre as possibilidades na próxima corrida eleitoral, Lula comentou que a oposição ao governo ainda procura adversários para apresentar.
“Eu vejo todo o dia nome, eu vejo o Tarcísio, eu vejo o Ratinho, eu vejo, eu vejo Caiado, eu vejo Zema, todo dia. Não tem nenhum problema. Pode procurar o candidato que eles quiserem”, diz.
Os nomes citados por Lula são de governadores aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que foram cotados para representar a oposição como candidatos à presidência, já que foi condenado à inegebilidade até 2030, por decisão da Justiça.
“Se depender do meu esforço físico, da minha consciência política, a extrema direita não volta a governar esse país. Pode ter certeza disso. Quem quiser ganhar de mim vai ter que andar mais do que eu na rua, vai ter que fazer mais discurso do que eu na rua, vai ter que conversar mais com o povo do que eu na rua. E vai ter que fazer mais do que eu. E eu duvido que tenha alguém que seja capaz disso, pelo menos dos que estão aí”, declarou Lula.
A conversa com o rapper e com a jornalista Semayat Oliveira durou mais de 2 horas e abordaram tópicos além das eleições presidenciais. Governabilidade, reconstrução do Estado e projetos do governo também foram discutidos.
Lula fez fortes críticas ao governo anterior ao dizer que houve uma “destruição proposital” das estruturas públicas.
“Às vezes olho para a situação na Faixa de Gaza e penso no Brasil que encontramos. Acabaram com ministérios importantes, como o do Trabalho, Direitos Humanos, Cultura e Igualdade Racial”, afirmou.
Ao falar sobre articulação política, o presidente explicou que, como o PT elegeu apenas 70 deputados, houve a necessidade de buscar apoio de partidos de centro e centro-direita para governar.
“O Congresso tem 513 deputados. Preciso dialogar com outros partidos, ou não consigo aprovar nada.”
Entre os novos projetos do governo, Lula adiantou que em breve uma linha de crédito será lançada para reforma de casas e outra para compra de motos elétricas destinadas a entregadores de aplicativos. Também prometeu que, até o final do ano, o gás de cozinha será incluído na cesta básica, o que permite a entrega gratuita a cerca de 17 milhões de famílias.
Lula também defendeu a criação de regras para as redes sociais, como uma forma de proteger a democracia. Segundo ele, precisamos de um novo marco legal para combater a desinformação e o discurso de ódio. “Se não criarmos regras, ficamos vulneráveis”, fez o alerta.