Lula minimiza impasse com os EUA: “Mais fácil de resolver que a fome e a miséria”

Durante reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o atual impasse diplomático e comercial com os Estados Unidos é “mais fácil de resolver do que combater a fome e a miséria” no Brasil. As tarifas de 50% anunciadas por Donald Trump sobre produtos brasileiros entram em vigor nesta quarta-feira (6) .

Visivelmente emocionado, Lula destacou que o Brasil havia sido retirado do Mapa da Fome da ONU, mas frisou que celebrar essa conquista foi prejudicado pelas consequências do chamado tarifaço, que classificou como um problema político solucionável. “Estou tomado de alegria… esse problema dos Estados Unidos contra nós, isso a gente resolve. É mais fácil resolver isso do que combater a fome e a miséria nesse país”, disse.

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Sem mencionar diretamente os Estados Unidos, o presidente também criticou o orçamento global militar — US$ 2,7 trilhões em 2024 — sugerindo que esse montante poderia ter sido destinado ao combate à fome mundial.

Lula lamentou ainda que essa política macro prejudica iniciativas sociais essenciais no Brasil e afirmou que o enfrentamento da fome exige prioridade política concreta, não apenas retórica.

Ao comentar o tarifaço, Lula declarou que não pretende ligar para Trump para discutir a taxação, afirmando que o presidente norte-americano “não quer falar”. Ainda assim, disse não descartar convidá-lo para eventos futuros com foco climático.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, anunciou que o Itamaraty apresentará resposta oficial ao tarifaço até 18 de agosto e aplicará um plano de contingência para auxiliar setores afetados. As negociações brasileiras estão sob coordenação do vice-presidente Geraldo Alckmin, com foco em diálogo diplomático e respaldo a empresas brasileiras impactadas.

A fala de Lula encerra com uma reafirmação de que o principal desafio do governo permanece no fortalecimento da segurança alimentar e combate à miséria — enquanto a crise diplomática econômica com os EUA é vista como um episódio passageiro em meio ao esforço por justiça social 

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