O presidente Lula criticou, nesta quinta-feira (29), a ausência do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL) e do prefeito do município, Robison Coelho (PL), na cerimônia de retomada das operações do Porto de Itajaí (SC), e disse que que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro só sabem mostrar “armas e metralhadora”.
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Ainda que não tenha citado diretamente o nome dos dois, o petista disse que os aliados de Jair Bolsonaro (PL) estão “com raiva, não vieram, nem virão”, pois, em um confronto direto, “não têm coragem de dizer o que fizeram no país”.
“Estou trazendo empregos e recuperando o estaleiro que era para ser privatizado por incompetência de quem administrava esse país […] Quero ver se, no confronto direto, eles têm coragem de dizer o que fizeram neste país a não ser mostrar arma, metralhadora. Eu prefiro mostrar livros. Quero parabenizar a Petrobras e os empresários que aqui investiram”, afirmou o presidente.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, comentou a respeito da ausência de Jorginho Mello e disse que o governador “está sendo ingrato” com Lula, já que o governo passado “não chegou a um real do governo federal no estado”.
“Eu não faço política falando mal de ninguém. Não ia nem falar isso, mas se tem um governador que está sendo ingrato com o presidente Lula é o governador deste estado aqui. Porque no governo passado não chegou R$ 1 do governo federal aqui em Santa Catarina”, afirmou Costa Filho.

Por outro lado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que Lula traz “estabilidade até emocional” para o país, pela maneira como trata o povo, além de citar que que já viu um governador ou prefeito “fazer desfeita”, mas “ser recebido de braços abertos em Brasília, porque Lula respeita o povo, independentemente da visão ideológica do governado”.
Haddad acrescenta que, se os poderes não estão conversando entre si, “as coisas vão mal” e que a “questão política do país é muito mais importante do que as pessoas imaginam”. A fala foi feita no contexto de que os empresários estrangeiros observam a sintonia e o diálogo interno para avaliar se vão investir no Brasil ou não. O ministro também disse que se um presidente não trata adequadamente prefeitos e governadores, “as coisas não vão bem” e que os desentendimentos que ocorreriam nos governos passados prejudicavam investimentos no país.
No eventou, o empresário Wesley Batista, dono da JBS, que controla as operações no Porto de Itajaí através da JBS Terminais, fez um discurso. O porto está sob a gestão federal desde janeiro.
“Desde que começamos, já investimos R$ 130 milhões para por o porto para operar. Em mais dois ou três meses, o porto vai estar operando em sua capacidade máxima. O presidente Lula tem aberto mercado mundo afora, o Brasil precisa ter portos para escoar toda a produção”, disse Wesley.
Lula anuncia investimentos no Porto de Itajaí
Nesta quinta (29), Lula fez o anúncio de investimentos que totalizam R$ 844 milhões, com o objetivo de modernizar e ampliar a capacidade do porto. De cordo com o Planalto, o Porto de Itajaí arrecadou mais de R$ 64,4 milhões, incluindo R$ 1,3 milhão referentes ao Imposto sobre Serviços (ISS), desde a federalização.
“Os investimentos têm como foco a segurança, a eficiência logística e a ampliação da capacidade portuária. Com os aportes, o governo pretende impulsionar a movimentação de cargas, gerar empregos e fortalecer a economia local”, disse o governo, em nota publicada.