Lula condena massacre em Gaza e denuncia destruição deixada por Bolsonaro

Desde que o conflito entre Israel e Hamas que se iniciou em outubro de 2023, há quase dois anos, já morreram mais de cinquenta mil palestinos, na maioria civis, incluindo crianças.

Os palestinos também sofrem com a escassez de recursos, principalmente comida, e muitos estão morrendo de fome, pois Israel não permite a entrada de ajuda humanitária na faixa de Gaza, que nada mais é do que um pequeno corredor de terra (40 quilômetros de extensão consistindo em 365 quilômetros quadrados) cercado por Israel e uma pequena parte pelo Egito. Já na Cisjordânia, território palestino mais ao nordeste de Israel, comunidades palestinas são ilhadas pelos acampamentos militares israelenses. Desta forma, os palestinos encontram-se praticamente presos em suas próprias terras.

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Embora o Hamas esteja presente no território Palestino, o qual é reconhecido como Estado soberano por 143 dos 193 países membros na Organização das Nações Unidas (ONU), não se justifica o genocídio que ocorre atualmente na região.

Vale lembrar que o primeiro-ministro israelense Netanyahu teve mandado de prisão emitido pelo Tribunal Internacional de Haia em novembro de 2024 contra crimes de guerra, e parece não ter pretensão de acabar com esta guerra tão cedo.

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Lula no podcast “Mano a Mano”

Nesta quinta-feira (19) em entrevista ao programa apresentado por Mano Brown, vocalista do Racionais Mc’s, Lula citou como pegou o país após o desgoverno Bolsonaro, comparando-o ao cenário de Gaza:

Quando chegamos aqui pegamos um país semidestruído. De vez em quando olho para a destruição na Faixa de Gaza e eu fico imaginando o Brasil que encontramos

Mano Brown entrevistando o presidente Lula. Ricardo Stuckert / PR

Tinha sido uma destruição proposital, ou seja, o presidente [Bolsonaro] não gostava de nenhum ministério que poderia ser uma alavanca de organização da sociedade. Para que cultura, se cultura politiza a sociedade?”.


Desde o início do conflito, o presidente Lula tem se mostrado solidário contra o extermínio do povo palestino, assim como contrário ao conflito. Nesta semana, na reunião da Cúpula do G7, no Canadá, ele voltou a questionar a guerra:

Em Gaza, nada justifica a matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra…  Há países que ainda resistem em reconhecer o Estado palestino, o que evidencia sua seletividade na defesa do direito e da justiça.”

Lula também defendeu uma saída diplomática entre os dois países:

nenhum dos lados conseguirá atingir seus objetivos pela via militar

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O povo pela paz

Neste mês aconteceram muitas manifestações pelo Brasil contra o genocídio que ocorre em Gaza. Cidades como São Paulo, Porto Alegre e Brasília levaram milhares de pessoas as ruas. Mais de 30 mil somente na capital paulista.

Muitas outras importantes cidade ao redor do mundo também clamam pelo cessar fogo, como Londres, Paris, Barcelona, Istambul, Bruxelas, Cidade do México, Haia (Holanda), Santiago (Chile), além de países como Guatemala, República Dominicana, Iêmen e Indonésia.

Crianças aguardam a chegada de comida humanitária distribuída por instituição filantrópica, em abril de 2025. Foto: REUTERS/Mahmoud Issa

O mundo pede paz

Marcha realizada em São Paulo, em junho de 2025. Foto: Nacho Lemus/Telesur

Manifestantes pedindo paz no Líbano. Foto: Johan Ordonez/AFP

Manifestantes pedindo paz em Santiago, no Chile. Foto: Rodrigo Arangua/AFP

Autor

  • Ricardo Lacava

    Veterinário graduado pela UNESP, mestrado pela UFSC e Doutorado pela UNESP/Harper Adams University (Sanduíche/Reino Unido). Graduação em letras pela UFSCAR em andamento. Servidor público federal do Ministério da Agricultura desde 2008. Menção honrosa no Prêmio Literário Cidade de Manaus 2024. Autor do romance “Infecundo Solo”, segundo lugar no Prêmio José de Alencar, Concurso Internacional de Literatura União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, 2017. Vencedor do Prêmio Literário Uirapuru 2019 com o livro “Astúncio, o estúpido esclarecido” e do XIV Prêmio Literário Livraria Asabeça 2015 com a obra “O Canto do Urutau”.

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