O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta terça-feira (3) que aceitará uma possível derrota nas eleições presidenciais de 2026, caso decida disputar um novo mandato. Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, Lula destacou que o povo tem o direito de tirá-lo do cargo nas urnas, caso não esteja satisfeito com os resultados entregues pelo seu governo. Ao mesmo tempo, criticou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, classificando o processo como uma “sacanagem”.
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“Se eu chegar no final do ano que vem e não tiver entregue, o povo tem o direito de dizer ‘ô cara, tchau e bença’. […] O povo põe e tira, o que não dá é fazer a sacanagem que fizeram com a Dilma, [em que] o povo pôs e aí eles retiraram”, disse Lula. A declaração ocorreu em meio a especulações sobre uma possível reforma ministerial e à preparação política para a disputa presidencial de 2026.
Interlocutores do governo confirmam que o presidente cogita a reeleição, embora defenda a alternância de poder como princípio da democracia. A avaliação sobre mudanças na Esplanada tem sido feita desde as eleições municipais de 2024, com atenção especial a partidos como o PSD, que saíram fortalecidos das urnas e podem ganhar espaço no governo.
Apesar da pressão por acomodações políticas, Lula afirmou que eventuais substituições em ministérios ocorrerão por decisão pessoal, e não como moeda de troca. Segundo ele, os ministros que deixarem os cargos deverão fazê-lo para disputar as eleições do próximo ano.
“Estou muito tranquilo com o governo. Acho que as pessoas estão cumprindo exatamente aquilo que foi decidido, uns com mais rapidez, outros com menos, mas temos que respeitar o comportamento humano, é de cada um”, afirmou o presidente.
O petista também adiantou que pretende lançar três novos programas sociais em breve e convocar uma reunião com todos os ministros. Além disso, deve intensificar as conversas com partidos da base aliada que ainda não se alinharam integralmente ao governo. “Todos os dados, sem nenhuma distinção, são amplamente favoráveis ao nosso governo, amplamente favoráveis”, afirmou o presidente.