O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, provocou forte repercussão internacional, nesta quinta-feira (19), ao comparar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, a Adolf Hitler, e afirmar que o líder iraniano “não pode continuar existindo”. A fala, feita durante uma coletiva de imprensa, intensifica o já grave nível de hostilidade entre os dois países e levanta o tom da retórica israelense contra Teerã.
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Em suas palavras, Katz traçou um paralelo direto entre o atual momento de tensão no Oriente Médio e o contexto histórico do Holocausto, dizendo que se Israel tivesse existido à época da Segunda Guerra Mundial, teria evitado o extermínio de milhões de judeus.
“Eu comparo isso ao cenário em que, durante o horrível Holocausto, se o Estado de Israel tivesse existido e existissem as fortes Forças de Defesa de Israel, e soubéssemos… teríamos impedido Hitler. Khamenei é o Hitler moderno. Ele não pode continuar existindo”, declarou o ministro.
A fala foi interpretada como um posicionamento agressivo e direto não apenas contra o governo iraniano, mas contra o próprio líder supremo, algo raro em pronunciamentos públicos desse nível.

A declaração acontece em meio a uma escalada militar e diplomática entre Israel e Irã, marcada por ataques mútuos, sabotagens cibernéticas, movimentações de milícias na Síria, Líbano e Gaza, e ameaças crescentes de conflito aberto.
O governo israelense acusa o regime iraniano de financiar grupos extremistas, como o Hezbollah e o Hamas, além de acelerar seu programa nuclear com fins militares — o que Teerã nega veementemente, alegando fins pacíficos e científicos.
Reações e risco geopolítico
Até o momento, o governo do Irã não respondeu oficialmente à declaração de Katz. No entanto, fontes diplomáticas ocidentais ouvidas por agências internacionais já alertam para o potencial desestabilizador da fala no atual cenário, considerando que grupos aliados ao Irã podem reagir com força ou incentivar ações coordenadas contra Israel.
Especialistas também veem nas palavras de Katz um recado à comunidade internacional, especialmente aos Estados Unidos e à Europa, no sentido de pressionar por sanções mais duras e um cerco político ao regime iraniano.

A rivalidade entre os dois países remonta à Revolução Islâmica de 1979. Desde então, o Irã não reconhece o Estado de Israel, enquanto os israelenses consideram o programa nuclear iraniano uma ameaça existencial.
Nos últimos anos, o confronto assumiu novos contornos, com operações clandestinas, assassinatos de cientistas iranianos atribuídos a Israel, e ataques aéreos regulares em território sírio, onde forças pró-Irã atuam com frequência.
A fala do ministro sinaliza um endurecimento da política externa israelense e levanta preocupações sobre o futuro da diplomacia na região. Com as tensões em alta, o cenário aponta para um agravamento do conflito, a menos que canais diplomáticos sejam reabertos — algo que, no momento, parece distante.