Justiça dos EUA se reúne com Ghislaine Maxwell em busca de novas provas no escândalo Epstein

Em um movimento raro e de alto impacto, o vice-procurador-geral dos EUA, Todd Blanche, esteve pessoalmente com Ghislaine Maxwell em uma sala de audiências federais em Tallahassee, na Flórida, nessa quinta-feira (24 de julho), e agendou uma nova reunião para a sexta-feira seguinte. Maxwell, que cumpre pena de 20 anos de prisão em decorrência de sua condenação por tráfico sexual de menores e conspiração enquanto cúmplice de Jeffrey Epstein, teria respondido de forma aberta e cooperativa durante sete horas de inquérito inicial.

LEIA TAMBÉM: R$ 13 bilhões em lucro do FGTS devem ser distribuídos aos trabalhadores brasileiros

Essa é a primeira vez que o Departamento de Justiça inicia entrevistas diretas com Maxwell, gerando atenção nacional, já que pode apontar para a descoberta de novos envolvidos no esquema de tráfico sexual, incluindo figuras públicas de elite. O encontro foi qualificado como “muito produtivo” por seu advogado, David Oscar Markus, que afirmou: “Ela respondeu a todas as perguntas, nunca se recusou”.

Apesar da expectativa, o caso traz questionamentos sobre a confiabilidade da investigada: um memorando de 2022 dos próprios promotores federais apontou que Maxwell apresentou um padrão consistente de conduta desonesta, incluindo mentiras sob juramento e omissões sobre seus ativos. Isso lança sombra sobre a credibilidade de qualquer cooperação dela como testemunha, conforme ressaltado por ex-promotores especialistas.

O contexto político também se acirra. A administração Trump enfrentou críticas internas e externas por não liberar os arquivos do FBI relacionados a Epstein, que somam cerca de 300 GB, e incluiriam possíveis menções ao próprio Trump e outras autoridades, um vácuo que alimentou teorias de conspiração e mobilizou pedidos de transparência no Congresso.

Maxwell, de 63 anos, cumpre pena no Federal Correctional Institution em Tallahassee, e já aguarda uma avaliação da Suprema Corte dos EUA para analisar sua apelação, com base em uma suposta proteção jurídica vinculada a um acordo anterior firmado com Epstein em 2007. O tribunal deve avaliar o caso a partir de outubro e uma eventual decisão pode sair até junho de 2026.

Essa série de encontros marca uma possível reviravolta nas investigações: se Maxwell tiver informações relevantes, pode se tornar uma testemunha-chave para condenações adicionais ou revelações sobre figuras influentes envolvidas com Epstein. Ao mesmo tempo, a postura da equipe de procuradores reflete uma política de diálogo com a sociedade, diante da cobrança parlamentar e midiática por esclarecimentos.

Autor

Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *