Nesta terça-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, que a fraude do INSS, envolvendo questões como descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas, é resultado de um “erro” cometido no governo passado, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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“A gente poderia ter feito um show de pirotecnia, como sempre se faz nesse país, toda imprensa dá manchete no jornal e uma semana depois todo mundo esquece e o roubo continua. O que nós fizemos? Fizemos aquilo que um governo sério faz: colocamos a Polícia Federal, a CGU [Controladoria-Geral da União], para fazer investigação minuciosa de tudo até chegar onde a gente queria chegar, que era nas pessoas que cometeram o erro”, disse Lula.
“Todo mundo sabe que isso é um erro feito no governo passado, possivelmente propositadamente. A gente ainda não está fazendo as coisas, denunciando fortemente, porque nós temos que apurar. A CGU é muito séria, a AGU [Advocacia-Geral da União] é muito séria e a Polícia Federal é muito séria, então nós vamos investigar. Quem errou vai ser punido e nós vamos devolver o dinheiro aos aposentados”, continuou.
Lula garantiu que “quem errou vai ser punido”, mas que ninguém, seja pessoa ou entidade, será acusado sem provas concretas do envolvimento na fraude. Também declarou que as instituições que comprovarem não ter vínculo poderão continuar atuando, além de informar que todos os aposentados e pensionistas que foram prejudicados terão o dinheiro devolvido.
“Não quero punir nenhuma entidade de forma precipitada. Não tem importância que demore uma semana a mais, um mês a mais, eu quero que quem errou seja punido”, apontou.
“O que nós estamos é dando uma chance para as entidades apresentarem provas da assinatura. Até agora não apresentaram. Se alguma apresentar, ela não terá que pagar o preço. Mas as outras terão que pagar o preço”, Lula completou em sua fala.
Na última segunda-feira (2), a Justiça Federal bloqueou R$ 23,8 milhões em bens de empresas e seus sócios, que são investigados pelas suspeitas de fraudes no INSS. Essa decisão diz respeito a uma ação apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU), que pede a ampliação das medidas para outras entidades e pessoas físicas.
Seu objetivo é usar os valores bloqueados para reembolsar aos aposentados e pensionistas vítimas de descontos ilegais em seus benefícios.