EUA entram na guerra e bombardeiam instalações nucleares do Irã em ação coordenada com Israel

Os Estados Unidos, em um momento histórico e de extrema gravidade para a estabilidade do Oriente Médio e a geopolítica global, realizaram, neste sábado (21), uma operação militar direta contra o Irã, bombardeando três das principais instalações nucleares do país persa.

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A ofensiva, confirmada pelo presidente Donald Trump, atingiu as bases de Fordow, Natanz e Esfahan, locais estratégicos para o desenvolvimento do programa nuclear iraniano. O Irã confirmou os ataques e prometeu responder, elevando a tensão a níveis nunca vistos desde 1979.

“Concluímos com muito sucesso nosso ataque aos três locais nucleares no Irã”, afirmou Trump às 20h50 (horário de Brasília) em pronunciamento nas redes sociais, ressaltando que as aeronaves americanas já haviam deixado o espaço aéreo iraniano e retornavam em segurança.

O presidente deixou claro que “ou haverá paz ou tragédia para o Irã”, em tom firme, sinalizando que a operação representa uma linha dura contra o programa atômico iraniano.

Imagens de satélite mostram a instalação nuclear de Fordow, no Irã, antes (2/06/2025) e depois (22/06/2025) do ataque dos EUA – Foto 1: Planet Labs PBC via AP — Foto 2: Planet Labs PBC via AP

A operação contou com o emprego de sofisticados aviões furtivos B-2 Spirit, que lançaram seis bombas de alta penetração para destruir os bunkers fortificados de Fordow, que fica protegido sob uma montanha e é considerado o núcleo mais seguro e secreto do programa nuclear iraniano. Além disso, foram disparados cerca de 30 mísseis Tomahawk para atingir as instalações de Natanz e Esfahan, alvos fundamentais para a produção de material nuclear e enriquecimento de urânio.

Trump na sala de situação ao lado de J.D. Vance, acompanhando o ataque americano ao Irã - Foto: The White House/Reuters
Trump na sala de situação ao lado de J.D. Vance, acompanhando o ataque americano ao Irã – Foto: The White House/Reuters

“Fordow, se foi”, publicou Trump, reforçando a eficácia do ataque. O presidente norte-americano fez um pronunciamento mais tarde, às 23h, no qual alertou que a continuidade do conflito sem um acordo de paz poderá trazer “tragédias” para o regime iraniano.

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A seguir, o pronunciamento completo de Donald Trump sobre o ataque coordenado entre Estados Unidos e Israel:

Os Estados Unidos fizeram um ataque de alta precisão contra as três principais instalações nucleares do Irã: Fordow, Natanz e Isfahan. Todos guardem esses nomes, porque foi um ataque com o objetivo de destruir a capacidade nuclear iraniana. Para que deixem de ser uma ameaça nuclear e do terror.

Isso é muito importante para o mundo.

Os ataques foram espetaculares, foi um grande sucesso contra essas instalações de enriquecimento de urânio.

E nós sabemos que agora esse bullying do Oriente Médio vai ter que aceitar a paz.

Durante 40 anos, o Irã repete ‘morte à América, morte a Israel’.

E agora nós estamos quebrando as suas pernas com essas bombas.

Essa foi a defesa de milhares de pessoas que estão no Oriente Médio e no mundo inteiro como resultado direto do ódio alimentado por esse país, por esse regime.

Eu decidi há muito tempo que eu não deixaria isso acontecer, que eu não deixaria que isso continuasse.

Quero dar os parabéns ao primeiro-ministro Netanyahu por esse trabalho conjunto. Nós trabalhamos para apagar, eliminar essa ameaça.

Agradeço também ao serviço militar israelense por um trabalho fantástico.

E principalmente quero parabenizar os patriotas americanos que voaram com essas armas.

Também à equipe americana, ao general espetacular que trabalhou conosco, e às mentes brilhantes que fizeram essa operação junto conosco.

Dito tudo isso: ou haverá paz, ou haverá tragédia para o Irã.

Que cessem os ataques que vimos nos últimos oito dias.

Hoje foi o dia mais difícil de todos, e talvez o mais letal.

Mas se a paz não vier rápido, nós vamos continuar atacando com precisão e habilidade.

E tudo isso pode acontecer em poucos minutos. Nenhuma outra força militar em outro país poderia ter feito o que nós fizemos esta noite, agora há pouco.

Amanhã, o general Kane e o secretário de Defesa darão uma entrevista coletiva no Pentágono, às 8h da manhã.

Agora, eu quero agradecer a todos.

Quero dizer: nós adoramos os nossos fantásticos serviços militares.

Esperamos que Deus abençoe a América.

Muito obrigado.”

Netanyahu reagiu ao ataque americano: “Isso vai mudar a história”

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, elogiou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de atacar instalações nucleares do Irã.

Segundo ele, a ação americana “mudará a história” e representa um avanço rumo à paz por meio da força.

“Senhor presidente, obrigado pela sua decisão ousada de mirar no Irã. Isso vai mudar a história (…) os Estados Unidos fizeram o que nenhum outro país no mundo poderia fazer”, afirmou Netanyahu.

Netanyahu afirmou que a ação dos Estados Unidos superou todas as expectativas. “Na operação realizada hoje contra as instalações nucleares do Irã, a América se superou”, afirmou. Segundo ele, esse ataque pode ser o início de “um caminho rumo a um futuro de prosperidade e paz”.

Netanyahu parabeniza Trump após bombardeio ao Irã - Foto: Reprodução
Netanyahu parabeniza Trump após bombardeio ao Irã – Foto: Reprodução

O primeiro-ministro também ressaltou a forte aliança entre os dois países.

“O presidente Trump e eu sempre afirmamos: a paz só vem pela demonstração de força. Primeiro, a força; depois, a paz. E hoje, o presidente Trump e os Estados Unidos mostraram essa força com determinação”, acrescentou.

“Presidente Trump, sou grato a você. O povo de Israel é grato. As forças da civilização agradecem. Que Deus proteja a América e Israel, assim como abençoe nossa aliança indissolúvel”, finalizou Netanyahu em seu pronunciamento.

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Reação do Irã: acusações, convocação da ONU e alerta militar

Em reação aos bombardeios, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, classificou a ação dos Estados Unidos como um “cruzamento de linha vermelha muito grande” e uma “grave violação da Carta da ONU e do direito internacional” durante coletiva em Istambul, neste domingo (22). Ele anunciou que Teerã já convocou o Conselho de Segurança das Nações Unidas para uma reunião de emergência a fim de discutir o incidente.

Araqchi também solicitou ao Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que condene formalmente os ataques, afirmando que os Estados Unidos “traíram a diplomacia e as negociações”. Ele ressaltou que o Irã “reserva todas as opções” para defender sua soberania, deixando claro que a resposta iraniana poderá ser tanto diplomática quanto militar.

Irã: O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, fala durante coletiva de imprensa em Istambul, no dia 22 de junho de 2025 - Foto: Ozan Kose/AFP
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, fala durante coletiva de imprensa em Istambul, no dia 22 de junho de 2025 – Foto: Ozan Kose/AFP

“O presidente dos Estados Unidos, Trump, traiu não apenas o Irã, mas enganou sua própria nação”, declarou o chanceler iraniano, aumentando ainda mais a retórica contra Washington.

Araqchi revelou ainda que irá se reunir nos próximos dias com o presidente russo Vladimir Putin em Moscou para tratar da escalada do conflito e buscar apoio internacional.

Quando questionado sobre a possibilidade de fechamento do estratégico Estreito de Ormuz, passagem vital para cerca de 20% do petróleo mundial, Araqchi afirmou que:

“uma variedade de opções está disponível para o Irã”, deixando no ar uma ameaça que pode impactar diretamente a economia global. As Forças Armadas do Irã estão em alerta máximo, segundo o ministro.

Autor

  • Nicolas Pedrosa

    Jornalista formado pela UNIP, com experiência em TV, rádio, podcasts e assessoria de imprensa, especialmente na área da saúde. Atuou na Prefeitura de São Vicente durante a pandemia e atualmente gerencia a comunicação da Caixa de Saúde e Pecúlio de São Vicente. Apaixonado por leitura e escrita, desenvolvo livros que abordam temas sociais e histórias de superação, unindo técnica e sensibilidade narrativa.

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