Escala 6×1 foi defendida pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que enfatizou a importância de abrir um amplo diálogo nacional sobre o fim desse modelo de jornada de trabalho, no qual o profissional trabalha seis dias consecutivos e tem apenas um de descanso. A declaração foi feita no dia 6 de maio, durante um almoço promovido pela Frente Parlamentar Empresarial, em Brasília.
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Alckmin destacou que o debate sobre o fim da escala de trabalho 6×1 é urgente e segue uma tendência global de redução da jornada de trabalho, impulsionada pelos avanços em automação, digitalização e inteligência artificial. O vice-presidente mencionou que setores como agricultura, indústria, medicina e serviços já estão adotando tecnologias que permitem maior produtividade com menos mão de obra.
A escala 6×1 é uma realidade que precisa ser revista, já que a tecnologia permite que façamos mais com menos pessoas. Essa é uma tendência mundial”, afirmou Alckmin, ressaltando que o Brasil precisa se adaptar à nova realidade do trabalho moderno. No entanto, ele alertou para o fato de que o avanço tecnológico tem gerado aumento da desigualdade social, algo que deve ser monitorado pelo Estado.
Há uma tendência no mundo inteiro de redução de jornada de trabalho. Essa é uma tendência mundial porque cada vez a tecnologia permite fazer mais com menos gente. Então, a agricultura mecaniza, a indústria automatiza, robotiza, mesmo o setor de serviços, medicina, radiologia, vai ser tudo robô. E vai porque faz a tomografia, faz o diagnóstico, prescreve, a capacidade de armazenamento de dados do computador é muito maior que a do cérebro humano. É um mundo novo”, afirmou.
Alckmin defendeu que qualquer mudança na escala de trabalho 6×1 deve ser conduzida com responsabilidade, garantindo um diálogo entre todos os setores produtivos. “Cada área tem suas especificidades. Por isso, é essencial ouvir todos os envolvidos para chegar a uma solução equilibrada”, afirmou.
A discussão sobre a escala 6×1 ganhou força depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mencionou o tema no Dia do Trabalhador, no dia 1º de maio. Lula defendeu que o Brasil deve repensar esse modelo de jornada de trabalho para garantir mais qualidade de vida aos trabalhadores e equilíbrio entre o trabalho e o descanso.
A escala 6×1 é uma forma de organização do trabalho onde o empregado trabalha seis dias consecutivos e tem um dia de descanso, sendo uma das opções previstas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para distribuir as 44 horas semanais de trabalho.
Escala 6×1 ainda divide opiniões
No Congresso Nacional, a deputada federal Erika Hilton lidera uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe o fim da escala 6×1 no Brasil. Ela já iniciou negociações com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que confirmou que o tema será prioridade do governo federal nas discussões com o Legislativo.
No dia 4 de maio, Gleisi Hoffmann reforçou que a proposta de acabar com a escala 6×1 será discutida nas comissões da Câmara, com a participação ativa da sociedade. “O debate sobre o fim da escala 6×1, que limita a vida além do trabalho, precisa ser feito com responsabilidade e visão de futuro”, afirmou a ministra.
Apesar do apoio governamental, a proposta de extinguir a escala 6×1 ainda divide opiniões. Enquanto Geraldo Alckmin acredita que a economia brasileira está pronta para absorver a mudança, especialistas e representantes do setor empresarial defendem uma transição gradual, respeitando as particularidades de cada segmento.
A expectativa é que o debate sobre a escala 6×1 volte à pauta do Congresso em 2025, com o envolvimento de diferentes setores e foco nos impactos econômicos e sociais dessa mudança, além da valorização do trabalhador brasileiro.
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Benefícios e desafios da redução da jornada e fim da escala 6 por 1
Reduzir a jornada de trabalho, segundo especialistas, poderia proporcionar aos trabalhadores mais tempo para descanso, lazer, convívio familiar e desenvolvimento pessoal. Alguns estudos indicam que o fim da escala 6 por 1 poderia gerar novos empregos sem comprometer a produtividade. Além disso, o aumento do tempo livre poderia elevar a motivação e a qualidade do trabalho.
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Por outro lado, a redução da jornada de trabalho e a extinção da escala 6 por 1 podem impactar o PIB e acarretar custos adicionais para as empresas. Em determinados setores, a mudança no modelo de jornada pode gerar desafios logísticos e dificultar a cobertura das necessidades de serviço, o que exigiria adaptações nas operações.