Elon Musk acusa Trump de envolvimento em escândalo sexual e intensifica crise política nos EUA

Em uma escalada sem precedentes na política norte-americana recente, o bilionário Elon Musk acusou Em uma escalada sem precedentes na política norte-americana recente, o bilionário Elon Musk acusou diretamente o presidente Donald Trump de estar entre os nomes envolvidos com o escândalo de Jeffrey Epstein, insinuando que o chefe de Estado teria comparecido às festas do empresário falecido, conhecido por liderar uma rede internacional de exploração sexual de menores.

A acusação foi feita por Elon Musk em sua própria plataforma, a rede X (antigo Twitter), e marca um ponto de ruptura grave entre duas das figuras mais influentes — e polarizadoras — dos Estados Unidos.

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“Por que os registros completos do caso Epstein ainda não foram publicados? Porque Trump está na lista”, escreveu Musk, em uma publicação que, poucas horas depois, já contabilizava milhões de visualizações e milhares de compartilhamentos.

A declaração incendiou o ambiente político e acirrou ainda mais os ânimos num país em que a disputa pelo poder tem se dado não apenas nos tribunais e nas urnas, mas também nas redes sociais e nos mercados.

Donald Trump, Melania, Jeffrey Epstein e Ghislaine MaxwellImagem: Davidoff Studios/Getty Images
Donald Trump, Melania, Jeffrey Epstein e Ghislaine MaxwellImagem: Davidoff Studios/Getty Images

Trump, por sua vez, não tardou em responder. Em nota oficial emitida por sua assessoria, o presidente disse estar “profundamente decepcionado com Musk” e qualificou o empresário como “um ingrato que deve tudo o que tem aos contratos do governo norte-americano”. Ele ainda afirmou que irá “reavaliar completamente a relação do Estado com as empresas controladas por Musk, incluindo SpaceX, Tesla e Starlink”, ameaçando cortes e sanções diretas.

A animosidade entre os dois não é nova, mas a tensão atingiu novo patamar após Elon Musk ter criticado publicamente o plano orçamentário apresentado por Trump, chamando-o de “abominação repugnante” e um ataque direto à inovação e ao desenvolvimento tecnológico do país. Segundo fontes próximas ao magnata, Musk vinha se distanciando da administração atual desde que seus apelos por mais investimento em exploração espacial foram rejeitados, inclusive com a recusa do nome de Jared Isaacman – para liderar a NASA.

A crise, embora centralizada em acusações pessoais, tem tido impactos reais e imediatos na economia. As ações da Tesla fecharam em queda de quase 7% após os ataques de Trump, puxando consigo índices importantes das bolsas de Nova York. O temor do mercado é que a retaliação do governo federal se traduza em corte de contratos bilionários, especialmente no setor aeroespacial e de defesa, onde a SpaceX tem protagonismo.

Para analistas políticos, o confronto revela uma disputa pelo controle narrativo dentro da própria direita norte-americana. Trump, mesmo com sua base consolidada, começa a enfrentar resistência de nomes igualmente influentes, como Musk, que tem defendido uma agenda libertária com forte apelo entre setores jovens, tecnocráticos e empresarialistas.

“O que estamos assistindo é uma batalha de titãs não apenas por ideologia, mas por território político, por prestígio e pelo futuro do poder conservador nos Estados Unidos”, disse ao UOL a pesquisadora política Sarah Bennett, da Georgetown University.

Ainda segundo Bennett, ao vincular Trump a Epstein, Elon Musk aciona um gatilho sensível da opinião pública, alimentando desconfianças antigas e levantando suspeitas que podem minar a imagem do presidente em um momento crucial de sua administração.

Elon Musk e Donald Trump: Relação está estremecida entre as partes - Foto: Getty Images
Elon Musk e Donald Trump: Relação está estremecida entre as partes – Foto: Getty Images

“Isso é mais que uma acusação; é uma guerra pelo controle do imaginário moral da nação”, afirmou.

Dentro do governo, interlocutores próximos a Trump sugerem que medidas administrativas já estão sendo preparadas para limitar a atuação de Musk nos contratos públicos. Uma fonte sob anonimato revelou que “Trump considera Musk uma ameaça à segurança nacional e à estabilidade do governo” e que “ações mais duras podem ser tomadas nos próximos dias”.

Enquanto isso, organizações da sociedade civil e parlamentares democratas cobram a divulgação imediata da lista completa de envolvidos no escândalo Epstein, argumento que ganha tração após a fala de Musk. A pressão agora recai sobre o Departamento de Justiça, que vem mantendo o material em sigilo desde a morte de Epstein em 2019.

Se a veracidade das acusações ainda está em aberto, o efeito político é imediato e devastador: Trump vê sua imagem abalada justamente por alguém que, em outros tempos, o apoiava abertamente. Musk, por sua vez, arrisca contratos e credibilidade, mas consolida-se como ator político de peso.

No tabuleiro do poder norte-americano, as peças se movem com rapidez — e nem sempre com previsibilidade. A guerra entre Musk e Trump está apenas começando, e seus desdobramentos podem redesenhar os contornos da política dos Estados Unidos para muito além de 2025.

Autor

  • Nicolas Pedrosa

    Jornalista formado pela UNIP, com experiência em TV, rádio, podcasts e assessoria de imprensa, especialmente na área da saúde. Atuou na Prefeitura de São Vicente durante a pandemia e atualmente gerencia a comunicação da Caixa de Saúde e Pecúlio de São Vicente. Apaixonado por leitura e escrita, desenvolvo livros que abordam temas sociais e histórias de superação, unindo técnica e sensibilidade narrativa.

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