No primeiro debate entre os candidatos à presidência nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), realizado na segunda-feira (2 de junho), o ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, sentiu o peso de ser o favorito. Mesmo contando com o apoio declarado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Edinho ficou isolado durante grande parte do encontro, que aconteceu na sede nacional do partido em Brasília.
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Edinho, considerado o nome mais próximo de Lula para liderar o partido, foi deixado de lado em momentos de descontração, como na hora das fotos. Enquanto os outros candidatos — Rui Falcão, Valter Pomar e Romênio Pereira — interagiam e conversavam entre si, Edinho permanecia em segundo plano. Romênio, inclusive, não o cumprimentou no início do debate.
O evento expôs o clima de tensão e disputa interna que deve marcar o Processo de Eleição Direta (PED) do PT, previsto para 6 de julho, com eventual segundo turno no dia 20 do mesmo mês. O debate também revelou diferenças políticas entre as alas do partido, principalmente no que diz respeito à política econômica, alianças políticas e a identidade histórica da sigla.
Durante as discussões, Edinho defendeu que o PT seja o herdeiro político de Lula e que o partido se prepare para continuar liderando o projeto político mesmo após o ex-presidente deixar as disputas eleitorais. Ele lembrou que a eleição de 2026 será a última em que Lula poderá concorrer, o que torna a unidade partidária ainda mais necessária.
Seus adversários, por outro lado, aproveitaram para criticar a condução da política econômica do governo Lula, principalmente as decisões do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do Banco Central. Rui Falcão defendeu uma reconexão do PT com sua base social e criticou a política de juros altos. Valter Pomar questionou se o partido continuará defendendo o socialismo ou se adaptará ao neoliberalismo. Já Romênio Pereira disse que as alianças políticas não podem comprometer a identidade histórica do partido.
O clima entre os candidatos indica que a disputa pela presidência do PT será marcada por tensões entre diferentes visões de futuro para o partido. Edinho Silva, apesar de favorito, terá que conquistar a base e buscar alianças internas para garantir a vitória.