Uma pesquisa do instituto Datafolha, divulgada no domingo (7), revelou que 54% dos brasileiros acreditam que o ex-presidente Jair Bolsonaro danificou sua tornozeleira eletrônica com o objetivo de fugir. Por outro lado, 33% avaliam que o episódio foi resultado de um surto provocador pelo uso de medicamentos, enquanto 13% não opinaram sobre o assunto.
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Maioria acompanha o caso da condenação
Segundo a pesquisa, 84% da população afirmam ter conhecimento da oficialização da condenação definitiva de Bolsonaro. Entre esses, 36% dizem estar bem informados, 37% mais ou menos informados, e 11% mal informados. Uma parcela de 16% da população sequer soube da oficialização, índice que aumenta para 32% entre jovens de 16 a 24 anos.
O percentual de conhecimento sobre a condenação cresce em alguns públicos específicos:
- 91% entre pessoas com 60 anos ou mais
- 96% entre os mais instruídos
- 95% entre aqueles com renda familiar entre 5 e 10 salários mínimos
Em comparação, o índice cai para 68% entre jovens de 16 a 24 anos e 77% entre pessoas com renda de até dois salários mínimos.

Fonte: Datafolha
Avaliação sobre prisão divide opiniões
Quando questionados sobre a avaliação da prisão do ex-presidente por tentativa de golpe em 2022, 54% dos entrevistados consideram a decisão justa, enquanto 40% classificam como injusta. Cerca de 6% não souberam responder.
As percepções variam entre regiões e perfis sociais:
- Nordeste: 65% acham justa a prisão
- Sul: 45% a veem como justa
Entre religiões:
- 60% dos católicos apoiam a condenação
- 38% dos evangélicos consideram justa
A aprovação também difere entre as opiniões sobre o governo Lula:
- 86% dos que aprovam Lula apoiam a prisão de Bolsonaro
- Apenas 21% dos que reprovam o governo concordam com a decisão
Em contrapartida, a ideia de injustiça prevalece entre:
- moradores do Sul (51%)
- evangélicos (55%)
- pessoas com renda entre 5 e 10 salários mínimos (50%)
- 74% dos que reprovam o governo Lula
Local de cumprimento da pena gera divisão
Outro ponto pesquisado foi onde Jair Bolsonaro deveria cumprir a pena. O resultado revela uma sociedade dividida:
- 34% defendem prisão domiciliar
- 26% sugerem presídio comum
- 20% preferem unidade militar
- 13% citam uma unidade da Polícia Federal
- 7% não opinaram
A opinião muda significativamente quando analisada pelas intenções de voto da eleição de 2022:
Entre eleitores de Bolsonaro:
- 61% preferem prisão domiciliar
- 25% indicam unidade militar
- 6% defendem unidade da PF
- 4% sugerem presídio comum
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Entre eleitores de Lula:
- 42% preferem presídio comum
- 21% apontam unidade da PF
- 17% citam unidade militar
- 13% defendem prisão domiciliar
Tornozeleira eletrônica: fuga ou surto?
O foco da pesquisa trouxe um dado central para o debate público:
Para 54% dos brasileiros, o ato de danificar a tornozeleira eletrônica foi uma tentativa de fuga. Já 33% acreditam que o ex-presidente passou por um surto relacionado ao uso de remédios.
Esses percentuais refletem a polarização existente no país desde a campanha eleitoral de 2022, ampliada por temas envolvendo conduta, investigação e punições ao ex-presidente.
Metodologia da pesquisa
O levantamento do Datafolha foi realizado entre os dias 2 e 4 de dezembro de 2025, com 2.002 entrevistados presencialmente em 113 municípios, abrangendo todas as regiões brasileiras. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro de um nível de confiança de 95%.









