O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, solicitou ao Ministério da Previdência a exoneração de sua vice-presidente, Léa Bressy Amorim, após apontar a proximidade da gestora com o ex-presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, preso na Operação Sem Desconto.
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A decisão joga mais luz sobre a crise que atinge o INSS desde a descoberta de um esquema bilionário de fraude contra aposentados e pensionistas. Waller, que assumiu o cargo com a promessa de reorganizar o instituto, agora tenta se afastar de qualquer vínculo com ex-membros envolvidos no escândalo.
Stefanutto foi preso acusado de participação direta em fraudes que miravam beneficiários vulneráveis, justamente o grupo que o INSS deveria proteger. A operação revelou um modelo sofisticado de desvio de recursos via consignados falsos, em acordo com empresas privadas e funcionários internos.
A ligação de Léa Bressy com o ex-dirigente, apontada no ofício enviado ao Ministério, passou a ser tratada dentro do governo como um risco institucional e político para a imagem do órgão.
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Waller alegou que, diante da gravidade das investigações, era necessário “preservar a credibilidade” do INSS, um dos pilares das políticas sociais brasileiras. Internamente, a saída de Léa é vista também como uma tentativa de blindagem pessoal do presidente, que busca evitar qualquer associação com figuras investigadas.
Apesar disso, ainda não há indícios públicos de envolvimento da vice-presidente em ilícitos, o que torna a solicitação um movimento preventivo e estratégico.
O Ministério da Previdência ainda não confirmou quem substituirá Bressy, abrindo mais uma disputa nos bastidores. Enquanto isso, o INSS segue pressionado a apresentar respostas e acelerar mecanismos que impeçam novas fraudes, já que a operação revelou falhas estruturais que favoreciam o crime organizado.
A crise expõe vulnerabilidades administrativas e de fiscalização em um órgão responsável pelo pagamento de benefícios a mais de 39 milhões de brasileiros.









