Enquanto o governo tenta ganhar tempo para ver se a trama da fraude no INSS se desenrola e comprometa alguém da oposição, fazendo assim a CPMI perder força, a CPMI do INSS já está servindo de palanque para a oposição.
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Na semana passada o governo federal abriu um novo procedimento no canal de comunicação do INSS para o aposentado ou pensionista verificar se foi fraudado. Caso sim, um comunicado é direcionado diretamente à empresa que fez o desconto indevido sem autorização, e ela tem 15 dias para comprovar que o desconto foi autorizado, caso contrário, terá mais 15 dias para ressarcir o dinheiro.
Logicamente que o processo não é de um dia para o outro. Apesar do procedimento do canal de comunicação ter sido criado há uma semana, e mais de 1,5 milhão de pessoas já ter solicitado o reembolso, já tem gente tentando lacrar e criar narrativas:
“Já se passaram algumas semanas e até agora nada dos idosos roubados serem ressarcidos. Além de ser o maior roubo, é o maior descaso de um governo com o seu povo”, disse o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) em seu perfil no X.
O deputado, conhecido por seus vídeos de lacração, muitas vezes utilizando informações de forma tendenciosa, se esquece que a fraude começou em 2019, ou seja, no primeiro ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em 2019 o Procon já havia alertado o governo de Bolsonaro sobre os descontos indevidos, que teve a oportunidade de barrar, mas não o fez. Na mídia, está circulando reportagens de servidores públicos federais que denunciaram a fraude e foram ameaçados de morte. Já em um debate televisionado na rede CNN de televisão, o senador bolsonarista Izalci Lucas do Partido Liberal (mesmo partido de Bolsonaro) confessou que ele sabia das fraudes no INSS e o alertou sobre o desvio de 70 milhões de reais ainda em 2018. Nada foi feito.
Cuidado Nikolas. Será que o tiro não sairá pela culatra?