Collor cumpre prisão domiciliar em cobertura de luxo

Imagem: Google Street

Na quinta-feira (1º), Collor deixou o presídio Baldomero Cavalcanti, onde estava custodiado há uma semana em uma sala adaptada como cela individual. Para recebê-lo, a penitenciária adaptou uma sala com banheiro e ar-condicionado, maior e mais confortável do que as celas convencionais da unidade, que sofrem com superlotação. Agentes carcerários temiam retaliações dos outros presos pelo tratamento diferenciado dado ao ex-presidente Fernando Collor de Mello.

A autorização de transferência para a prisão domiciliar foi dada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, para que a pena de 8 anos e 10 meses fosse cumprida em sua residência, medida embasada por laudos médicos que atestam doenças crônicas sofridas por Collor, como doença de Parkinson, transtorno bipolar, apneia do sono, além de ressaltar sua idade avançada, de 75 anos.

Mesmo com o plenário do STF ter decidido, por 6 votos a 4, manter a prisão do ex-presidente, o ministro Alexandre de Moraes autorizou sua transferência, onde estava preso desde 24 de abril. 

Apesar de ter ido para prisão domiciliar, Moraes, em sua decisão, impôs algumas restrições como o uso de tornozeleira eletrônica, retenção de seu passaporte e limitação de visitas apenas a parentes e advogados.

Agora cumpre sua pena em sua cobertura avaliada em R$ 9 milhões, e segundo documentos obtidos pela imprensa, com o tamanho de 600 m², situado em um dos edifícios mais luxuosos da capital alagoana, Maceió, de apenas seis andares, com vista panorâmica do mar.

A condenação de Collor pelo STF ocorreu em maio de 2023, com base nas investigações da Lava Jato, sendo sentenciado por receber cerca de R$ 20 milhões em propinas, atuando como intermediário em contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia entre 2010 e 2014. Na época, Collor era o presidente do PTB e responsável por nomeações políticas na estatal.

Foi comprovado que o ex-presidente favoreceu empresários em troca de pagamentos ilícitos, garantindo contratos e sustentando diretores na BR Distribuidora. A condenação, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, foi confirmada pelo STF mesmo após tentativas de recurso. Em abril de 2025, Moraes negou um novo recurso e ordenou a prisão imediata de Collor. No dia seguinte, ele foi detido por agentes da Polícia Federal no aeroporto de Maceió, quando pretendia seguir para Brasília e se apresentar voluntariamente.

Autor

  • Ricardo Lacava

    Ricardo Lacava é veterinário graduado pela UNESP, mestrado pela UFSC e Doutorado pela UNESP/Harper Adams University (Sanduíche/Reino Unido). Graduação em letras pela UFSCAR em andamento. Servidor público federal do Ministério da Agricultura desde 2008. Menção honrosa no Prêmio Literário Cidade de Manaus 2024. Autor do romance “Infecundo Solo”, segundo lugar no Prêmio José de Alencar do Concurso Internacional de Literatura União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, 2017. Vencedor do Prêmio Literário Uirapuru 2019 com o livro “Astúncio, o estúpido esclarecido” e do XIV Prêmio Literário Livraria Asabeça 2015 com a obra “O Canto do Urutau (A Lenda do Mãe-da-lua)”. http://lattes.cnpq.br/3957903174743776

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