Aliados do ex-ministro Ciro Gomes (atualmente no PDT) intensificam articulações para sua filiação ao PSDB, com projeto de lançá-lo como principal alternativa ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2026. A estratégia, ainda nos bastidores, visa posicionar Ciro como o candidato da direita moderada e do Centrão, distanciado da polarização aos moldes Bolsonaro-Lula.
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O presidente estadual do PSDB no Ceará, Ozires Pontes, assegura que o processo está avançado e deve culminar com uma candidatura construída em alianças que podem incluir até bolsonaristas. “Se ele for um pouco mais polido, o público bolsonarista quer votar nele. Eles reconhecem a capacidade de gestão”, declarou.
Na mesma linha, membros do partido confirmaram que a filiação já está acertada e estimam que o ato será oficializado na segunda quinzena de agosto, conforme apurado pelo portal Metrópoles.
Em paralelo, Ciro Gomes desconversa sobre as especulações. Em evento no Ceará, ele acusou “os poderosos do Ceará” de tentar cooptar o PDT para barrar sua candidatura e garantiu que enfrentaria quaisquer adversários “na luta”, sem confirmar a filiação ao PSDB.
Com o PSDB, Ciro mira criar pontes com o Centrão e ampliar suas chances como nome competitivo não só no campo conservador, mas também entre segmentos que buscam uma terceira via contra Lula e Bolsonaro. No entanto, analistas alertam que sua estratégia — de evitar confrontos diretos com Bolsonaro enquanto foca críticas a Lula — pode confundir eleitores e corroer sua identidade política.
Historicamente, Ciro já foi do PSDB entre 1990 e 1996, antes de migrar para outros partidos como PPS, PSB, Pros e, finalmente, o PDT. Seu retorno ao tucanato, portanto, será simbólico: marca o fechamento de um ciclo iniciado há três décadas e sinaliza uma mudança de posicionamento político estratégica.
