O novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos (PSOL-SP), assumiu o cargo na última quarta-feira (29) em cerimônia marcada por forte conotação política e social. Durante o evento no Palácio do Planalto, em Brasília, o deputado pediu um minuto de silêncio pelas “vítimas” da recente operação policial no Rio de Janeiro, que deixou mais de 120 mortos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da solenidade, mas não discursou.
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“Todos estamos acompanhando o que aconteceu no Rio de Janeiro. Queria pedir que fizéssemos um minuto de silêncio por todas as vítimas; policiais, moradores, todos eles”, afirmou Boulos, sem fazer distinção entre as vítimas.
Ao longo do discurso, Boulos associou a posse a uma pauta de justiça social e não deixou de alfinetar setores da elite econômica.
“Tenho orgulho de fazer parte do governo do presidente que sabe que a cabeça do crime organizado desse país não está no barraco de uma favela, muitas vezes está na lavagem de dinheiro lá na [Avenida] Faria Lima, como vimos na Operação Carbono Oculto da Polícia Federal”, declarou.
Em outro trecho, o novo integrante do governo ressaltou que sua missão será dialogar com categorias populares e religiosas.
“Vou falar com entregadores de aplicativo, motoristas de Uber, católicos, evangélicos e todas as religiões”, disse, ao reforçar o compromisso de aproximar o governo das ruas. Boulos também classificou como “vergonhosa” a jornada de trabalho 6×1 e entoou o coro de “sem anistia”, em referência a pautas de memória e justiça.
A entrada do deputado no primeiro escalão é vista como um movimento estratégico do presidente Lula para fortalecer a ligação do governo com os setores populares e com a esquerda mais militante. Chamado de “ministro da rua”, Boulos afirmou que pretende “colocar o povo na rua” e percorrer o país em diálogo com movimentos sociais.
“Vou viajar para todos os estados, vou rodar o país e conversar com o povo”, concluiu.









