Nesta quarta-feira (23 de julho), o ex-presidente Jair Bolsonaro foi à sede nacional do Partido Liberal (PL) em Brasília para acompanhar os desdobramentos de uma possível investigação, mas evitou responder perguntas da imprensa, afirmando apenas: “Vocês sabem que eu não posso falar”, em referência à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que o restringe de conceder entrevistas e utilizar as redes sociais.
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Bolsonaro foi flagrado saindo do prédio com uma tornozeleira eletrônica, obrigatória desde 18 de julho, e mantendo um semblante reservado, fugindo de repórteres para não compartilhar informações. Ele viajou acompanhado do filho Jair Renan e, já no carro, reiterou:
“Infelizmente, não posso conversar com vocês”.
Essas medidas fazem parte de um conjunto cautelar imposto pelo STF, medida tomada pelo ministro Alexandre de Moraes com base em investigações sobre o suposto envolvimento de Bolsonaro em episódios relacionados à tentativa de golpe e incentivo de interferência externa na Justiça brasileira, incluindo lobby junto ao ex-presidente Donald Trump, que fez ameaças de sanções e tarifas ao Brasil.
A determinação inclui não apenas o uso da tornozeleira, mas também a proibição de usar redes sociais direta ou indiretamente, contato com diplomatas ou qualquer forma de comunicação pública que contorne a restrição. A defesa de Bolsonaro se manifestou por escrito, negando infrações — por exemplo, alegam que ele não tem controle sobre conteúdos publicados por terceiros — e agora aguarda o posicionamento do STF sobre possíveis consequências, entre elas a prisão preventiva.
O risco de prisão paira sobre Bolsonaro, especialmente se forem detectados descumprimentos das medidas. Uma decisão definitiva do STF deve ser comunicada nos próximos dias. Enquanto isso, a presença do ex-presidente na sede do PL reforça sua tentativa de se manter politicamente ativo, enquanto navega sob essa vigilância jurídica intensa.
