Em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, do Canal Gov, o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) não poupou críticas à gestão do Bolsa Família durante o governo Bolsonaro, chamando a administração anterior de uma verdadeira “esculhambação”. Segundo Dias, ao assumir o cargo, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva se deparou com um cenário de fraudes e irregularidades no programa, o que gerou a necessidade urgente de reestruturação.
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O ministro destacou que, durante o governo Bolsonaro, a fiscalização sobre o Bolsa Família estava enfraquecida, e uma série de fraudes foram identificadas, como o pagamento de benefícios a pessoas falecidas ou com documentos falsificados. Para ele, essas falhas não podem ser vistas como erros, mas como uma falha estrutural que comprometeu a integridade do programa de assistência social.

“Encontramos um quadro caótico. Muitas pessoas estavam recebendo de forma indevida, e o sistema de controle estava completamente desorganizado”, afirmou Dias, acrescentando que o atual governo está tomando as medidas necessárias para corrigir essas falhas.
Ele ressaltou que a reestruturação da rede de fiscalização e o combate a fraudes têm sido prioritários para garantir que os recursos públicos cheguem, de fato, às famílias que necessitam.
Além disso, a Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que, durante a gestão anterior, apenas 29% dos descontos de mensalidades associativas realizados diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS estavam devidamente documentados. A operação “Sem Desconto”, deflagrada pela Polícia Federal em abril de 2025, revelou um esquema de descontos indevidos que desviou até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, envolvendo membros da alta cúpula do INSS.
Em meio a esses escândalos, o ministro Dias frisou que a atual administração tem a coragem de enfrentar essas irregularidades e restaurar a confiança nos programas sociais do país, visando a proteção das camadas mais vulneráveis da população brasileira.
“Estamos buscando corrigir o que foi deixado para trás e garantir que o Bolsa Família cumpra seu papel de forma justa e eficiente”, concluiu.