Um assessor do secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga fraudes em contratos de kits de robótica firmados com prefeituras durante sua gestão anterior. O investigado, Mário Celso Botion, ex-prefeito de Limeira, pediu exoneração do cargo logo após a deflagração da operação.
De acordo com a PF, os contratos sob suspeita somam mais de R$ 10 milhões e envolvem a empresa Life Educacional, responsável por fornecer equipamentos e licenças tecnológicas a redes municipais de ensino. A investigação aponta indícios de superfaturamento, direcionamento de licitações e lavagem de dinheiro.
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A operação, batizada de Coffee Break, cumpriu mais de 50 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Paraná e Distrito Federal. Durante as ações, os agentes apreenderam cerca de R$ 2 milhões em espécie. Botion ocupava, desde julho, o cargo de diretor de convênios no governo estadual, com a função de intermediar parcerias entre o Estado e os municípios.
Após a repercussão da operação, ele apresentou pedido de demissão “a pedido”. Em nota, o ex-prefeito afirmou que “as contratações seguiram todos os trâmites legais e foram realizadas de forma transparente”.
Já a Secretaria de Governo, comandada por Kassab, declarou que o assessor “não exercia funções estratégicas” e que o caso será acompanhado pelas instâncias competentes. A operação é mais um desdobramento das investigações sobre contratos de kits de robótica em diferentes estados brasileiros, esquema que teria desviado milhões de reais de recursos da Educação pública.
O caso reforça o alerta sobre o uso político de programas educacionais e o enfraquecimento da transparência em contratos que deveriam servir à modernização das escolas, mas acabam abastecendo redes de corrupção e troca de favores.
