Alckmin visita Nigéria com missão de fortalecer relações econômicas e institucionais

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, desembarcou hoje (24) na Nigéria para uma visita oficial do Governo Federal.

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O objetivo dessa visita é fortalecer a parceria econômica e institucional com o Brasil e, por isso, Alckmin assinou uma série de acordos em áreas estratégicas como defesa, segurança, comércio, energia, agricultura e cultura. A expectativa é “relançar” a política externa brasileira para a África.

Essa é a primeira visita de Alckmin ao continente africano desde que assumiu a vice-presidência. Ele foi acompanhado por uma comitiva brasileira de 70 empresários que viajaram com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e participarão da 2° Reunião do Mecanismo de Diálogo Brasil-Nigéria, que não acontece desde 2013.

Alckmin em missão na Nigéria, organizada pelo MDIC, MRE e pela ApexBrasil/Foto: Divulgação.
Alckmin em missão na Nigéria, organizada pelo MDIC, MRE e pela ApexBrasil/Foto: Divulgação.

“Brasil e Nigéria vêm criando uma cultura de cooperação, marcada pela amizade, pelo respeito mútuo e por uma crescente densidade política e econômica. Esta reunião representa não apenas a retomada de um canal essencial de diálogo, mas também um compromisso renovado com a cultura comum nas duas margens do Atlântico”, disse Alckmin durante discurso de abertura.

O governo brasileiro espera voltar da África com acordos bilaterais fechados.

“É aqui que nossas ideias ganham forma, que nossos compromissos se transformam em projetos e que nossa parceria se traduz em benefícios concretos para os brasileiros e para os nigerianos”, o vice-presidente aprovou a recente incorporação da Nigéria como país parceiro do BRICS.

“Trata-se de um passo histórico que fortalece a cooperação Sul-Sul e reconhece o papel central da Nigéria na reforma da governança global.”

Na quarta-feira (25), Alckmin participará do Fórum Empresarial Brasil-Nigéria, organizado pela ApexBrasil e MRE, que vai reunir empresários dos dois países e, logo em seguida, terá encontros bilaterais com representantes do setor privado nigeriano.

De acordo com as informações divulgadas, a Nigéria é, atualmente, o 49º maior destino das exportações brasileiras.

Em 2024, o Brasil exportou US$ 978,5 milhões para o país, principalmente para açúcares e melaços. As importações brasileiras da Nigéria contabilizaram US$ 1,1 bilhão no mesmo período, sendo quase metade (48%) composta por adubos e fertilizantes químicos.

Sul Global

Alckmin destacou, durante seu discurso, assuntos como a parceria com o Sul Global ser fundamental para o projeto de neoindustrialização brasileiro, que é liderado pelo MDIC, que busca promover um crescimento sustentável com base em inovação e na transição ecológica.

“O fortalecimento das relações com parceiros do Sul Global, como a Nigéria, é parte essencial dessa agenda. A criação de um eixo Atlântico Sul-Sul, produtivo, tecnológico e humano, depende da mobilização dos setores empresariais e institucionais dos dois países”, ressaltou.

Alckmin copresidiu o encontro ao lado do vice-presidente nigeriano, Kashim Shettima.

“Vamos nos diferenciar no investimento. Não apenas na comunidade, mas no território. Vamos aprimorar a agricultura, colaborar na energia, tanto tradicional quanto renovável, para impulsionar nossas indústrias e proteger nosso planeta. Vamos aprender uns com os outros na cultura”, afirmou Shettima, em seu discurso.

Nigéria

A ministra Anielle Franco ressaltou a parceria estratégica com a Nigéria. Ela afirmou que o Brasil vê o país além de um parceiro estratégico, mas como um espelho de suas próprias raízes africanas e reconhece o potencial de uma agenda conjunta de valorização das identidades negras do combate racismo e de promoção da equidade racial em todas as dimensões da vida social.

“Que a retomada desse mecanismo de diálogo possa fortalecer as pontes que nos ligam ao continente africano e transformá-las em caminhos concretos de desenvolvimento com equidade racial”, concluiu.

Acordos

Todos os acordos assinados tratam sobre assuntos que são prioridades tanto para a Nigéria, quanto para o Brasil.

Na área de defesa, foi formalizado um acordo que aumenta a cooperação em equipamentos de uso militar, junto com um memorando entre a Polícia Federal brasileira e a Agência Nacional de Aplicação da Lei de Drogas da Nigéria, com foco no combate ao narcotráfico e ao crime organizado.

Para a cultura, o Acordo de Coprodução Audiovisual busca aproximar as indústrias criativas brasileira e nigeriana, estimulando a realização de produções conjuntas.

“Muito me alegra participar desse encontro e poder reforçar os laços de amizade com a Nigéria que tem a segunda maior indústria cinematográfica do mundo. Que o acordo de cooperação audiovisual abra muitas portas para fortalecer ainda mais o relacionamento entre nossos países”, afirmou a secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura, Joelma Gonzaga, que representou a ministra Margareth Menezes.

Turismo

Na área de turismo estão previstos programas de intercâmbio, capacitação profissional e atração de investimentos no setor, contribuindo para a diversificação econômica e a promoção cultural mútua.

O setor de energia também ganhou destaque com a assinatura de um memorando que abre caminho para parcerias com fontes tradicionais e com energias renováveis, o que está equilibrado com os compromissos de ambos os países com a transição energética e o desenvolvimento sustentável.

Agricultura e segurança alimentar

O vice-presidente destacou a implementação do programa The Green Imperative, que prevê o fornecimento de maquinário e tecnologia brasileira para modernizar o setor agrícola da Nigéria, além de impulsionar a segurança alimentar do país.

Outro avanço foi a abertura recente do mercado nigeriano para o material genético avícola brasileiro e da assinatura de termos que ampliam parcerias no setor agrícola e pecuário.

“O Brasil, maior economia da América Latina, e a Nigéria, economia mais pujante da África, compartilham características complementares, como robustez populacional, potencial agrícola e industrial, vistas como lideranças regionais, que tornam essa aproximação estratégica para a construção de soluções conjuntas e sustentáveis”, destacou Alckmin.

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