Trump constrange Ramaphosa com acusações de genocídio na África do Sul

Nesta quarta-feira (21), em coletiva no salão oval da Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump e o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa se reuniram para, segundo o presidente do país africano, “restabelecer relações com os Estados Unidos

LEIA MAIS: Netanyahu diz que Israel provavelmente matou líder do Hamas em Gaza

O diálogo começou de forma cordial, contudo, em pouco tempo se transformou em uma emboscada para o convidado de Trump. Em determinada fase da conversa, o presidente norte-americano começou a mostrar diversas fotos de brancos, na maioria fazendeiros, mortos por negros na África do Sul, dizendo que está em curso no país africano uma matança de homens brancos pela população negra.

É algo terrível, nunca vi nada parecido… estão matando essas pessoas“, disse Trump, enquanto repetidamente citava a palavra genocídio.

O presidente Cyril Ramaphosa, ouviu Donald Trump de forma um pouco constrangida, e quando teve a oportunidade de falar, defendeu o sistema democrático de seu país, dizendo que a taxa de homicídio é alta, mas que a maioria das vítimas é negra, e que estas informações trazidas por Trump eram falsas

Ramaphosa continuou falando de forma muito respeitosa, embora Trump o tenha interrompido diversas vezes, mostrando o seu autoritarismo e prepotência frente um país africano com a maioria da população negra.

Em certo momento, o presidente sul-africano disse: “Desculpe por não ter um avião para te dar“, fazendo referência ao Boeing 747 que Donald Trump aceitou do Catar como presente.

Não é a primeira vez que o presidente Donald Trump expõe líderes mundiais à estas condições constrangedoras no salão oval em frente aos jornalistas. Ainda neste ano, disse ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky que a Ucrânia não estava em condições de ditar nada e que ele assumia o risco de uma terceira guerra mundial.

Vale lembrar, que Elon Musk, o homem mais rico do mundo, que ganhou de Trump a chefia do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, a fim de dar conselhos para o novo presidente norte-americano sobre onde cortar gastos públicos, nasceu na África do Sul, advindo de uma família tradicional que provavelmente fizeram parte do Apartheid, um regime de segregação racial que existiu na África do Sul entre 1948 e 1994.

Será que tem algo a mais por trás disto tudo?

Autor

  • Ricardo Lacava

    Ricardo Lacava é veterinário graduado pela UNESP, mestrado pela UFSC e Doutorado pela UNESP/Harper Adams University (Sanduíche/Reino Unido). Graduação em letras pela UFSCAR em andamento. Servidor público federal do Ministério da Agricultura desde 2008. Menção honrosa no Prêmio Literário Cidade de Manaus 2024. Autor do romance “Infecundo Solo”, segundo lugar no Prêmio José de Alencar do Concurso Internacional de Literatura União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, 2017. Vencedor do Prêmio Literário Uirapuru 2019 com o livro “Astúncio, o estúpido esclarecido” e do XIV Prêmio Literário Livraria Asabeça 2015 com a obra “O Canto do Urutau (A Lenda do Mãe-da-lua)”. http://lattes.cnpq.br/3957903174743776

Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *